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Projeto de cisternas concorre a prêmio

Em Pernambuco, programa já beneficiou 16 municípios do semiárido e está em disputa com políticas públicas internacionais

Reservatórios encurtaram distâncias em busca de água, que chegavam a até seis quilômetrosReservatórios encurtaram distâncias em busca de água, que chegavam a até seis quilômetros - Foto: Divulgação

O Programa Cisternas, do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), está entre os seis projetos selecionados para concorrer ao Prêmio Internacional de Po­­lítica para o Futuro (Future Policy Award). A iniciativa, uma solução simples para captar e armazenar água da chuva, é voltada às famílias rurais de baixa renda do semiárido, atingidas pela seca. No Estado, 16 mu­­nicípios do Agreste e Sertão foram beneficiados com a implantação de 160 mil cisternas nos últimos 14 anos.

O anúncio dos três primei­­­ros lugares ocorrerá em 22 de agosto e será seguido pela solenidade de entrega dos prêmios, marcada para setembro, em Ordos, na China.
O município de Ouricuri, no Sertão, foi um dos que recebeu o projeto. Lá, são sete reservatórios com capacidade para 52 mil litros cada. Antes da tecnologia, moradores da Agrovila Nova Esperança tinham que andar até seis quilômetros para ter água para beber e cozinhar. Uma realidade que já não faz parte da comunidade há dez anos. “Antes, era muito difícil, para nós, conseguir água para consumo. Andávamos 6 km e ainda tínhamos que enfrentar fila de madrugada. Ainda assim, não dava para todo mundo”, relembra um dos moradores Adão Jesus de Oliveira. Com o equipamento é possível que uma família de cinco pessoas possa conviver com a estiagem por até oito meses.

A melhora na qualidade da água é perceptível. Hoje, Oliveira produz hortaliças e cria animais. “Foi muito importante porque, desde lá, enfrentamos essa grande estiagem, mas nunca mais é água desconhecida. Sabemos a procedência. Não é todo ano que vem enchendo, mas é mais por causa da estiagem. Graças a Deus, estamos usando água da cisterna”, comemora.

As cisternas são divididas entre uso familiar e uso coletivo. Segundo a Articulação Semiárido Brasileiro, a região semiárida ocupa 18,2% do território brasileiro, abrangendo um quinto dos municípios do País.

Outras iniciativas
Por meio do programa Água para Vidas, a ONG nacional Habitat para a Humanidade, também aposta na construção de cisternas. Em abril deste ano, por meio de um financiamento coletivo, um grupo voluntário arrecadou R$ 58 mil para a construção dos reservatórios em duas comunidades de Riacho das Almas, no Agreste. Nos últimos cinco anos, o projeto beneficiou cerca de 430 famílias distribuídas em 15 municipios, entre eles, Surubim, Bezerros e Caruaru. Riacho das Almas, inclusive, foi a cidade-piloto escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em maio passado para receber o programa Água Doce. A iniciativa consiste na instalação de dessalinizadores em poços, já que a água subterrânea é imprópria para consumo devido ao aolto teor de sal. O objetivo é oferecer água para beber, tomar banho, irrigar plantas, criar peixes e alimentar animais.

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