Putin assina decreto que permite que Rússia aumente emissões de gases de efeito estufa
O País quer atingir emissões líquidas zero até 2060, mas segundo ativistas, suas metas atuais são insuficientes para combater o aquecimento global
O presidente Vladimir Putin assinou nesta quarta-feira (6) um decreto que autoriza a Rússia a aumentar suas emissões de gases de efeito estufa em um quinto até 2035, em comparação com os níveis de 2021.
A Rússia, quarto maior emissor mundial de dióxido de carbono, quer atingir emissões líquidas zero até 2060, mas, segundo ativistas, suas metas atuais são insuficientes para combater o aquecimento global.
O novo decreto de Vladimir Putin estabelece como objetivo até 2035 "uma redução das emissões de gases de efeito estufa de 65% a 67% em relação ao nível de 1990", levando em conta o impacto das extensas florestas russas que absorvem carbono.
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Isso definiria o nível máximo de emissões autorizadas em cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono até 2035.
É menos que o recorde de 3,1 bilhões de toneladas alcançado em 1990, mas 22% a mais que o nível das emissões em 2021, que eram de 1,7 bilhão, segundo dados fornecidos à ONU pela Rússia.
A Rússia se manifestou contra o abandono progressivo de combustíveis fósseis durante as anteriores cúpulas mundiais sobre o clima.
Sua economia é altamente dependente de suas exportações de gás e petróleo.
Suas metas climáticas foram descritas por ativistas como pouco claras e sem ambição.
Especialistas também consideram enganoso tomar o nível de 1990 como ponto de comparação.
As emissões de gases de efeito estufa da Rússia caíram mais da metade entre 1990 e 2000, em grande parte devido ao colapso da indústria após a queda da União Soviética.
O Acordo de Paris, que a Rússia assinou, estabelece o objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
A Rússia está se aquecendo 2,5 vezes mais rápido que o restante do planeta, segundo o serviço meteorológico estatal russo.

