Recomeço: atobá-mascarado volta a se reproduzir em Fernando de Noronha após quatro anos
Ninhos da espécie não eram vistos desde 2021, segundo o ICMBio-Noronha
O arquipélago de Fernando de Noronha registrou o nascimento de um filhote de atobá-mascarado (Sula dactylatra) após quatro anos sem que a ave fosse vista se reproduzindo. O animal estava com os pais, no ninho, e imagens suas foram feitas pelo fotógrafo Bruno Galvão.
A confirmação do encontro com o filhote foi feita pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) de Fernando de Noronha na região do Forte São Joaquim do Sueste.
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A nova família que habita a Ilha foi avistada em junho, mas o ICMBio divulgou a informação apenas neste mês de agosto. Autoridades informaram que a última vez que foi visto um ninho da ave com filhotes foi em 2021.
Confira o vídeo:
Segundo o ICMBio, a aparição do filhote é fruto de diversas ações de proteção ambiental, dentre elas, restrições de acesso a áreas propícias para ninhos das aves.
“A visitação permitia o acesso livre de pessoas naquela região, gerando estresse para as aves. Sem contar, na presença de espécies invasoras, como ratos e tejus, que se alimentam dos ovos e filhotes das aves”, explicou Lucas Penna, agente temporário ambiental do ICMBio-Noronha.
Os predadores estão sendo capturados e removidos da área. Os ratos estão sendo caçados em Fernando de Noronha desde 2018 para conter o avanço da espécie no arquipélago pernambucano, onde não há muitos animais que se alimentem deles.
“Para enfrentar esse desafio, o ICMBio desenvolve um trabalho contínuo de controle populacional dessas espécies invasoras. No caso específico dos Tejus, foi realizada uma ação de retirada controlada, o que provavelmente contribuiu para o êxito da reprodução do Atobá este ano”, explicou a médica veterinária e bolsista de pesquisa e de manejo de espécies invasoras do ICMBio-Noronha, Taysa Rocha.
Desde 2021, nenhum filhote foi registrado em Fernando de Noronha | Foto: Bruno Galvão/@brunonoronha/CortesiaA ave
O atobá-mascarado é reconhecido por sua habilidade de realizar mergulhos verticais profundos de até 30 metros para caçar peixes e lulas.
Ninhos das aves costumam ser encontrados em cavidades e áreas expostas no chão.
A reprodução do casal de atobás-mascarados, que foram flagrados com o filhotes, representa uma conquista significativa para a conservação da espécie e confirma o êxito das estratégias utilizadas pela equipe do ICMBio da região.

