Sex, 05 de Dezembro

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Recomeço: atobá-mascarado volta a se reproduzir em Fernando de Noronha após quatro anos

Ninhos da espécie não eram vistos desde 2021, segundo o ICMBio-Noronha

Filhote de atobá-mascarado ao lado dos pais em um ninho de Fernando de NoronhaFilhote de atobá-mascarado ao lado dos pais em um ninho de Fernando de Noronha - Foto: Bruno Galvão/@brunonoronha/Cortesia

O arquipélago de Fernando de Noronha registrou o nascimento de um filhote de atobá-mascarado (Sula dactylatra) após quatro anos sem que a ave fosse vista se reproduzindo. O animal estava com os pais, no ninho, e imagens suas foram feitas pelo fotógrafo Bruno Galvão.

A confirmação do encontro com o filhote foi feita pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) de Fernando de Noronha na região do Forte São Joaquim do Sueste. 

A nova família que habita a Ilha foi avistada em junho, mas o ICMBio divulgou a informação apenas neste mês de agosto. Autoridades informaram que a última vez que foi visto um ninho da ave com filhotes foi em 2021. 

Confira o vídeo:
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Segundo o ICMBio, a aparição do filhote é fruto de diversas ações de proteção ambiental, dentre elas, restrições de acesso a áreas propícias para ninhos das aves. 

“A visitação permitia o acesso livre de pessoas naquela região, gerando estresse para as aves. Sem contar, na presença de espécies invasoras, como ratos e tejus, que se alimentam dos ovos e filhotes das aves”, explicou Lucas Penna, agente temporário ambiental do ICMBio-Noronha.

Os predadores estão sendo capturados e removidos da área. Os ratos estão sendo caçados em Fernando de Noronha desde 2018 para conter o avanço da espécie no arquipélago pernambucano, onde não há muitos animais que se alimentem deles. 

“Para enfrentar esse desafio, o ICMBio desenvolve um trabalho contínuo de controle populacional dessas espécies invasoras. No caso específico dos Tejus, foi realizada uma ação de retirada controlada, o que provavelmente contribuiu para o êxito da reprodução do Atobá este ano”, explicou a médica veterinária e bolsista de pesquisa e de manejo de espécies invasoras do ICMBio-Noronha, Taysa Rocha.

 

Desde 2021, nenhum filhote foi registrado em Fernando de Noronha Desde 2021, nenhum filhote foi registrado em Fernando de Noronha  | Foto: Bruno Galvão/@brunonoronha/Cortesia

A ave
O atobá-mascarado é reconhecido por sua habilidade de realizar mergulhos verticais profundos de até 30 metros para caçar peixes e lulas. 

Ninhos das aves costumam ser encontrados em cavidades e áreas expostas no chão. 

A reprodução do casal de atobás-mascarados, que foram flagrados com o filhotes, representa uma conquista significativa para a conservação da espécie e confirma o êxito das estratégias utilizadas pela equipe do ICMBio da região. 

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