Rússia condena à revelia o escritor exilado Boris Akunin
Autor, conhecido por seus romances históricos, já integrava a lista de "terroristas e extremistas" e era considerado "agente estrangeiro" por sua oposição ao Kremlin e à ofensiva militar na Ucrânia
O famoso escritor russo Boris Akunin, crítico de Vladimir Putin e no exílio há mais de uma década, foi condenado nesta segunda-feira (14) à revelia a 14 anos de prisão, anunciaram as agências estatais russas de notícias.
Um tribunal militar "o condenou à revelia a 14 anos de prisão" nesta segunda-feira (14) por apologia ao "terrorismo", informou Ria Novosti.
O autor, conhecido por seus romances históricos, já integrava a lista de "terroristas e extremistas" e era considerado "agente estrangeiro" por sua oposição ao Kremlin e à ofensiva militar na Ucrânia.
Desta vez, ele foi julgado por uma publicação que fez em 2014 no Telegram, onde se pronunciava "a favor da revolução" na Rússia, segundo o portal independente o portal independente Mediazona.
Também foi declarado culpado de "contribuir para atividades terroristas" e "não cumprir com suas obrigações de informação como agente estrangeiro".
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Em sua página do Facebook, Akunin, cujo verdadeiro nome é Grigori Tchkhartichvili, debochou da condenação, que inclui a proibição de acesso à Internet.
Prometeu que sua próxima publicação nas redes sociais seria "em 2043" ou "talvez um pouco antes, pouco depois de Putin ser eleito para um sétimo mandato".
Em tom irônico, disse que voltaria "em plena forma, aos 87 anos, completamente reeducado".
Akunin, de 69 anos, é um dos escritores mais populares da Rússia apesar de viver no exílio, segundo uma pesquisa publicada no sábado pelo jornal Vedomosti.
O autor abandonou o país depois de a Rússia anexar a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A lista russa de "agentes estrangeiros" - rótulo que costuma dar aos opositores - atualmente inclui 1.000 pessoas.

