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ESTADOS UNIDOS

Secretário de Estado dos EUA vai ao Caribe para discutir segurança energética e Haiti

Rubio escolheu a América Latina para sua primeira viagem ao exterior como secretário de Estado, com a prevenção da migração no topo de sua agenda

O Secretário de Estado dos EUA Marco Rubio desembarca de um avião militar ao chegar ao Aeroporto Internacional Jean Lesage da Cidade de QuebecO Secretário de Estado dos EUA Marco Rubio desembarca de um avião militar ao chegar ao Aeroporto Internacional Jean Lesage da Cidade de Quebec - Foto: Saul Loeb / POOL / AFP

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, viaja ao Caribe nesta quarta-feira (26) para buscar soluções para a violência no Haiti e expressar apoio à Guiana, rica em petróleo, em sua disputa com a Venezuela.

Rubio partirá para a Jamaica para participar de uma cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) antes de fazer uma parada na quinta-feira (27) na Guiana e no vizinho Suriname, informou o Departamento de Estado.
 

Na cúpula, ele se encontrará com os líderes do Haiti, Jamaica, Barbados e Trinidad e Tobago, acrescentou.

Rubio escolheu a América Latina para sua primeira viagem ao exterior como secretário de Estado, com a prevenção da migração no topo de sua agenda.

O objetivo é enviar uma "mensagem clara" de que os Estados Unidos tornaram o continente americano uma prioridade, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, na terça-feira.

Ele discutirá principalmente a segurança energética e como reduzir a dependência dos países caribenhos do petróleo venezuelano.

Será o terceiro secretário de Estado consecutivo a visitar a Guiana, que tem as maiores reservas de petróleo per capita do mundo.

O petróleo está concentrado na região fronteiriça de Essequibo, disputada pela Venezuela.

No início deste mês, a Guiana denunciou o que chamou de incursão em suas águas por um navio militar venezuelano liderado por Nicolás Maduro, a quem os Estados Unidos não reconhecem como presidente legítimo.

Caracas negou a acusação e solicitou uma reunião entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, que rejeitou o convite.

Em uma coletiva de imprensa virtual, o enviado especial dos EUA para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, comparou a Guiana aos países ricos em petróleo do Golfo Pérsico, onde os Estados Unidos estacionaram tropas nas últimas décadas devido às tensões com o Irã.

Rubio também abordará "a migração ilegal, o desmantelamento das redes criminosas transnacionais" e como "repelir as influências maliciosas que ameaçam a estabilidade" do continente, afirmou Bruce.

Trump fez da luta contra a imigração irregular uma prioridade e recentemente deportou centenas de venezuelanos para El Salvador, acusados de pertencerem à gangue Tren de Aragua.


O "desafio" haitiano
A violência das gangues no Haiti será o foco do debate na Caricom.

"O desafio é obviamente o Haiti", reconheceu Claver-Carone, porque a situação é "desastrosa".

"Estamos desenvolvendo uma estratégia para continuar apoiando a polícia nacional haitiana", disse.

Ele acrescentou que Rubio quer ouvir as opiniões de seus "vizinhos e aliados no Caribe" para ver "o que eles acreditam ser possível e como podem participar e trabalhar juntos" nesse sentido.

O Haiti, o país mais pobre das Américas, sofre há muito tempo com a violência das gangues em um contexto de grande instabilidade política. A situação se deteriorou nos últimos meses, apesar da mobilização parcial da Missão de Segurança Multinacional (MMAS), liderada pelo Quênia.

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