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Em livro

Pedro Eurico resgata memórias sobre Dom Helder Camara

"O Dom que vive em nós" traz relatos de 23 pessoas que conviveram com o religioso. Obra será lançada na próxima terça-feira (23), no Palácio dos Manguinhos, no Recife.

Secretário Pedro Eurico conversou com o diretor Executivo da Folha de Pernambuco, Paulo PugliesiSecretário Pedro Eurico conversou com o diretor Executivo da Folha de Pernambuco, Paulo Pugliesi - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Em mais de 70 anos de atividade pastoral, em especial, o tempo que passou como arcebispo de Olinda e Recife durante todo o período da ditadura civil-militar, entre 1964 e 1985, Dom Helder Camara (1909-1999) deixou como marcas a prática e o discurso contra as injustiças sociais e em defesa da liberdade democrática.

Esse legado, que tem muito a dizer sobre e para os dias atuais, é o mote do resgate histórico proposto pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, que, na próxima semana, lança o livro “O Dom que vive em nós - Helder Camara e a igreja no meio do povo”.

Produzida com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e editada pela jornalista Daniella Brito Alves, a obra reúne relatos de 23 pessoas que conviveram com o arcebispo-emérito. Entre elas, o próprio autor, que começou a carreira como advogado da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese na década de 1970, além de juristas, políticos e religiosos.

Em visita à Folha de Pernambuco, na quarta-feira (17), Pedro Eurico entregou um exemplar ao diretor Executivo, Paulo Pugliesi, e falou sobre o trabalho, que é resultado de dois anos e meio de pesquisa.

“Nós cuidamos, no livro, de buscar, por meio de uma ouvida dos principais assessores dele, uma História viva, testemunhal. Porque o tempo vai passando e nós podíamos perder de contar isso. Essa era a minha preocupação”, disse.

Legado de democracia
Além das entrevistas, o livro traz um acervo visual com imagens que mostram as diferentes fases da vida do líder católico. Analisando a trajetória de Dom Helder, o secretário tenta desvelar o que o arcebispo-emérito diria sobre o mundo de hoje.

“Primeiro, a solidariedade com os pequenos. Mais do que nunca, nós precisamos ter um olhar de proteção em relação aos ‘invisíveis’, aqueles sem vez e sem voz. A segunda questão é a defesa radical da democracia, um valor sob ameaça não só aqui no Brasil. E, por fim, o compromisso com os direitos fundamentais, que são previstos na Constituição e estão ameaçados”, afirmou.

O livro será lançado na próxima terça-feira, às 18h, no Palácio dos Manguinhos, sede da Cúria Metropolitana, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.

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