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Rio de Janeiro

Senado deve dar andamento a projeto que obriga capacete blindado após morte de policiais no Rio

Presidente da CCJ afirma que objetivo é obrigar polícias a disponibilizarem artefatos de combate a guerrilhas, que protejam os agentes em suas nucas e crânios

Policiais foram mortos durante operação no RioPoliciais foram mortos durante operação no Rio - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A morte de quatro policiais durante operação policial realizada no Rio de Janeiro nesta terça-feira deve motivar o andamento, no Senado, de um projeto de lei que obriga o uso de capacetes blindados durante ações do tipo.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Otto Alencar (PSD-BA), afirma que o objetivo do texto que está sendo desenvolvido é obrigar as polícias civil e militares a disponibilizarem artefatos de combate a guerrilhas, que protejam os agentes em suas nucas e crânios. 

Na ação desta terça morreram os policiais militares Heber Carvalho da Fonseca e Cleiton Serafim Gonçalves — ambos lotados no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) — e os policiais civis Rodrigo Cabrale e Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, que foi atingido por um tiro na cabeça. Mais de cem outras pessoas foram assassinadas durante os confrontos.

— Vamos pensar em um projeto para dar proteção ao policial. É um absurdo que esses profissionais só atuem com coletes à prova de balas. Deve haver proteção para a cabeça e para a nuca, precisamos avançar em materiais para confronto com guerrilhas. A operação desta quarta jogou luz sobre a necessidade de termos policiais com a cabeça e a nuca protegidas, são regiões vitais — diz Otto.

Quem eram os policiais vitimados
Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, conhecido entre colegas como Máskara, apelido pelo qual era amplamente conhecido, tinha uma longa carreira na Polícia Civil e recentemente assumiu uma das chefias da 53ª DP (Mesquita. Estava há 20 anos nos quadros da corporação e era muito respeitado entre colegas pela atuação no enfrentamento ao crime organizado. Costumava participar diretamente das operações em campo, mesmo ocupando cargo de chefia.

Ele foi atingido na cabeça. Um áudio gravado por uma policial que o socorria na favela mostra o cenário de guerra que os agentes enfrentaram. Em meio ao som de tiros e explosões, ela comunicou à corporação que Marcus Vinicius havia sido baleada. Ele foi levado ao Hospital estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu.

"Galera, o Maskara foi baleado na cabeça, a gente tá preso aqui na favela, estou pedindo prioridade. Tem que dar uma atenção, é sério, o Maskara foi baleado na cabeça", disse a policial.

Há apenas dois meses na corporação, Rodrigo Cabral estava lotado na 39ª DP (Pavuna), era considerado um profissional promissor. Durante o confronto, ele levou um tiro na nuca e não resistiu aos ferimentos.

Nas redes sociais, o policial compartilhava momentos de sua vida fora do trabalho. Em quase todas as fotos, aparecia sorridente, cercado pela família: viagens com a esposa e a filha, brincadeiras com elas e idas ao estádio Nilton Santos para acompanhar o Botafogo, time do coração.

Também experientes, os sargentos Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca eram policiais militares há 17 e 14 anos, respectivamente. Lotados no Batalhão de Operações Especiais (Bope), eles chegaram a ser socorridos com vida, mas não resistiram aos ferimentos. Serafim tinha 42 anos e deixa uma esposa e filha. Já Heber, tinha 39 anos e deixa a esposa, dois filhos e um enteado. Nas redes sociais, o Bope lamentou a mortes dos policiais.

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