Sheinbaum diz ter rejeitado oferta de Trump de enviar militares dos EUA ao México
Presidente mexicana disse ter proposto uma "colaboração respeitosa" entre as duas nações e o fim do tráfico de armas que alimenta as gangues criminosas
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado ter rejeitado uma oferta do seu homólogo americano, Donald Trump, de enviar militares dos Estados Unidos ao México para combater os cartéis do narcotráfico.
Em resposta a uma recente publicação do Wall Street Journal, que revelou detalhes de uma conversa entre os dois líderes, Sheinbaum disse que, embora Trump tenha sugerido a entrada de tropas como forma de cooperação, seu governo manteve uma postura firme.
"O território mexicano é inviolável, a soberania é inviolável, não se vende. A soberania se ama e se defende. Não é necessário [o envio das tropas americanas]. É possível colaborar, podemos trabalhar juntos, mas vocês em seu território e nós no nosso. Podemos compartilhar informações, mas jamais aceitaremos a presença do Exército dos Estados Unidos em nosso território", disse ela sobre a conversa com o americano.
Durante um evento no Parque Ecológico Lago de Texcoco, no Estado do México, ela disse ter proposto uma colaboração respeitosa entre as duas nações, baseada no intercâmbio de informações e em ações coordenadas, “sem subordinação”. Sheinbaum fez uma distinção clara entre cooperação e subordinação: embora reconheça a possibilidade de colaboração, ela advertiu que isso deve ocorrer sem submissão do México aos interesses americanos.
Ela também afirmou ter pedido a Trump que interrompa o tráfico de armas que alimenta as gangues criminosas e tem sido uma das causas de uma onda de violência que já dura quase duas décadas.
"Na ligação, eu disse [a Trump] que o México é grandioso e seu povo é muito valente. E disse: ‘se quer nos ajudar, presidente, nos ajude a impedir que mais armas entrem dos Estados Unidos para o México’. E vejam só, ontem o presidente Trump assinou um decreto para impedir que armas dos Estados Unidos cheguem ao nosso país. Ou seja, é possível colaborar, é possível cooperar, sim. Mas subordinação, não".

