Sáb, 06 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
IMPACTO

''Tarifas de Trump superam todas as expectativas'', diz Larry Fink, CEO da BlackRock

Gigante dos investimentos demonstrou surpresa com tarifaço imposto pelos EUA

Presidente dos EUA, Donald TrumpPresidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Brendan Smialowski/AFP

Em uma videoconferência com analistas nesta sexta-feira, após a BlackRock divulgar os resultados financeiros do primeiro trimestre, o CEO da empresa, Larry Fink, de 72 anos, disse que ficou surpreso com a abrangência das tarifas impostas pelo governo dos EUA.

Na semana passada, o presidente Donald Trump escalou uma guerra comercial ao taxar até mesmo parceiros dos americanos.

— As amplas tarifas anunciadas pelos EUA foram além de tudo que eu poderia ter imaginado em meus 49 anos no setor financeiro — afirmou Fink, de 72 anos.

Trump impôs as tarifas mais altas em um século, no último dia 2, o que provocou uma onda de vendas nos mercados em todo o mundo. Como efeito, o índice S&P 500 teve sua queda mais acentuada em dois dias desde o início da pandemia em março de 2020.

— Não se trata de Wall Street contra Main Street — declarou Fink. — A crise do mercado afeta as economias para a aposentadoria de milhões de pessoas comuns.

Depois, ele disse em uma entrevista à CNBC que os "EUA estão ou muito perto, ou já em uma recessão". E também estar chocado com a reação das Treasuries de 10 anos com o tarifaço.

Recuo de Trump
O republicano recuou parcialmente na quarta-feira, propondo uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, enquanto manteve tarifas de 10% sobre a maioria dos países.

Entretanto, Trump não recuou em relação à China, com tarifas de 145% sobre as importações do país.

No curto prazo, as pressões inflacionárias e a ansiedade dominam as discussões com os clientes, de acordo com Fink.

Os investidores colocaram uma máxima histórica, cerca de US$ 950 bilhões (o equivalente a R$ 5,38 trilhões), em contas à vista na BlackRock até abril, dinheiro que poderia com o tempo ser investido em ações, títulos e mercados privados, afirmou ele.

— Sim, no curto prazo, temos uma economia em risco — atestou Fink, com uma ponderação: — A inteligência artificial e a crescente demanda por infraestrutura apresentam oportunidades transformadoras de investimento.

Fink também sugeriu a perspectiva de que os investidores vão alocar mais dinheiro para a Europa no futuro.

Veja também

Newsletter