Teerã acusa Israel de ataque hacker contra transmissão de TV iraniana
Além disso, o Irã impôs novas restrições ao acesso à internet em todo o país após alegar que Israel desviou a rede para ''fins militares''
A agência Tasnim afirmou nesta quarta-feira que houve "interrupções de satélite" na transmissão de notícias de uma emissora iraniana, acusando Israel por ataque hacker. "Se os espectadores virem imagens inadequadas, é porque o regime sionista está interferindo nos sinais de satélite", informou a agência.
Além disso, o Irã impôs novas restrições ao acesso à internet em todo o país após alegar que Israel desviou a rede para "fins militares", no sexto dia desse conflito que caminha a passos largos para uma guerra.
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Durante a transmissão de uma emissora iraniana nesta quarta, segundo a agência Tasnim, houve "interrupções de satélite" durante a programação de notícias. Nas redes sociais, circulam imagens da programação sendo interrompida e entrando vídeos contra o regime iraniano.
Além disso, após cortar 80% da banda larga em todo o país, o Irã impôs novas restrições ao acesso à internet. Para Teerã, Israel está violando a rede de comunicação iraniana "para fins militares".
"Serão impostas restrições temporárias ao acesso dos usuários à internet", declarou o Ministério das Comunicações do Irã, de acordo com a agência Fars, acrescentando que essa decisão se deve à "violação da rede de comunicação nacional para fins militares por parte do agressor".
Durante décadas, o governo iraniano restringiu o acesso a certos sites e aplicativos de mídia social, como Facebook e Instagram, e muitos iranianos recorreram à VPNs para contornar a "censura". Porém, na terça-feira, usuários também relataram bloqueios intermitentes em serviços de VPN.
Irã corta em 80% o acesso à internet
Na terça-feira, o governo iraniano impôs uma das mais severas restrições à internet dos últimos anos, reduzindo 80% da banda larga em todo o país, em resposta ao que classificou como "operações secretas israelenses em andamento". A informação foi revelada pelo New York Times, com base em declarações de duas autoridades iranianas, incluindo uma fonte do ministério das telecomunicações.
Também nesta terça, em meio ao conflito, um ataque cibernético interrompeu os serviços do Banco Sepah, uma das instituições financeiras mais antigas e amplamente utilizadas no Irã, o que causou problemas em alguns postos de gasolina do país.
Segundo a agência de notícias Tasnim, afiliada à Guarda Revolucionária, os serviços de internet seriam completamente desligados na noite desta terça e substituídos por uma intranet nacional controlada pelo Estado. Com isso, muitos iranianos passaram a depender exclusivamente de conexões Wi-Fi residenciais.
Há dias, os iranianos descrevem o agravamento dos problemas com a internet ao tentarem contatar entes queridos, obter notícias confiáveis, acessar suas contas bancárias ou simplesmente se conectar às redes sociais.
As restrições, inclusive, podem estar afetando a capacidade das pessoas de ver avisos relacionados ao conflito com Israel — como os que o Exército israelense emitiu na segunda-feira, quando ordenou que a população de uma parte de Teerã evacuasse devido a um ataque iminente.
Nos últimos anos, o Irã sofreu uma série de ataques cibernéticos contra seus postos de gasolina, sistema ferroviário e indústrias. Câmeras de vigilância em prédios governamentais, incluindo prisões, também foram hackeadas no passado.
O país, de acordo com o Times of Israel, desconectou grande parte de sua infraestrutura governamental da internet depois que o vírus de computador Stuxnet — considerado uma criação conjunta dos EUA e Israel — interrompeu milhares de centrífugas iranianas em instalações nucleares do país no final dos anos 2000.

