Sex, 19 de Dezembro

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EUA

Trump diz que não precisa do Congresso para realizar ataques na Venezuela

Trump ameaçou em diversas graças lançar ataques em solo venezuelano com a mira posta nos cartéis de drogas

Donald Trump classificou o governo de Nicolás Maduro como organização terroristaDonald Trump classificou o governo de Nicolás Maduro como organização terrorista - Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

O presidente Donald Trump declarou nesta quinta-feira (18) que não se sente obrigado a informar o Congresso dos Estados Unidos para realizar eventuais ataques contra a Venezuela, e indicou que havia algum tipo de vazamento por parte dos legisladores.

"Eu não me importaria, mas [...] não preciso dizer a eles. Está firme, mas não me incomodaria em absoluto", afirmou o mandatário quando um jornalista lhe perguntou se pensou em solicitar a aprovação do Congresso para realizar ataques em terra na Venezuela.

"Apenas espero que não vazem [informações]. Vocês sabem, as pessoas vazam. São políticos, e vazam como uma peneira", acrescentou o republicano.

Trump ameaçou em diversas graças lançar ataques em solo venezuelano com a mira posta nos cartéis de drogas.

O Exército Americano lançou em setembro uma campanha de ataques contra embarcações que acusa de transportar drogas no Caribe e no Pacífico, que deixou pelo menos 99 mortos.

A ONU, especialistas e ONGs questionam a legalidade dessas operações.

Os legisladores da oposição democrática, mas também da maioria republicana no Congresso, consideraram que o presidente não tem autoridade legal para fazer esses ataques e que qualquer eventual intervenção terrestre exigiria o aval do Legislativo.

Além disso, a Câmara dos Representantes rejeitou na quarta-feira dois textos que buscavam regularmente por lei esses ataques. No Senado também fracassaram medidas semelhantes.

“O presidente não declarou a autoridade necessária sob a legislação americana ou internacional para realizar ataques militares letais contra essas embarcações”, declarou o legislador democrata Gregory Meeks durante um debate na Câmara dos Representantes.

“Ninguém pode afirmar de maneira crível que esses barcos [...] representavam uma ameaça iminente para o povo americano que justificasse o uso da força militar”, acrescentou Meeks.

A administração Trump argumentou que o presidente não extrapolou sua autoridade, já que esses ataques estão no contexto do "conflito armado" iniciado por Washington contra os cartéis de drogas, os quais foram classificados no início do ano como "organizações terroristas estrangeiras".

Segundo a Constituição americana, embora o presidente seja o comandante em chefe das forças armadas, apenas o Congresso tem autoridade para declarar a guerra formalmente.

Porém, há muitas décadas, em vez dessa declaração formal, os presidentes têm-se apoiado em resoluções do Congresso para realizar operações militares limitadas no exterior, especialmente no Afeganistão.

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