Trump na 1ª fila, Milei em 'área VIP': como Vaticano organizou os assentos no funeral do papa
Com a presença de dezenas de delegações estrangeiras, algumas de países hostis entre si, organizadores recorreram a protocolo para evitar constrangimentos
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O funeral do Papa Francisco é uma ocasião solene, imersa na pompa católica romana, para a despedida de um Pontífice que liderou a Igreja por mais de uma década. Mas, com a presença de dezenas de delegações estrangeiras — algumas de países abertamente hostis entre si —, a disposição dos assentos no funeral representou um possível "pesadelo" para os organizadores do Vaticano.
Do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao americano Donald Trump, 50 chefes de Estado confirmaram presença na cerimônia, que conta ainda com a presença de ao menos 130 delegações estrangeiras.
Na lista de convidados confirmados há um ministro russo e o presidente da Ucrânia; um ministro do Irã e um embaixador de Israel; o presidente Trump e seu antecessor Joe Biden, além dos líderes de países que Trump atingiu com tarifas e acusou de maltratar os Estados Unidos.
O protocolo do Vaticano oferece uma solução para o potencial constrangimento geopolítico: o alfabeto.
Na missa fúnebre ao ar livre de Francisco na Praça de São Pedro, os membros das delegações estrangeiras foram divididos em grupos, como monarcas e chefes de governo, e então acomodados em ordem alfabética com base no nome de seu país em francês, de acordo com uma lista divulgada pelo Vaticano.
Os monarcas reinantes vão primeiro, seguidos por chefes de Estado, chefes de governo, membros da realeza e assim por diante, incluindo ministros e outras autoridades.
Apenas os chefes de Estado da Itália e da Argentina, terra natal do papa, terão assentos privilegiados. A delegação com o presidente do país, Javier Milei, sentou-se mais perto da praça neste sábado, informou o Vaticano, seguida pela da Itália.
Para o Vaticano, todos os países são iguais perante o alfabeto. Mas isso não significa que não houvesse chance de momentos constrangedores.
De acordo com a lista do Vaticano, Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos — les États-Unis em francês — deveria ficar entre os líderes da Estônia e da Finlândia, dois países que fazem fronteira com a Rússia e poderiam ver com cautela os acenos de Trump a Moscou em meio às negociações pelo fim da guerra na Ucrânia.

