Ucrânia afirma que ataque russo deixou instalações de Chernobyl sem eletricidade
Segundo o ministério, vários especialistas estão trabalhando para restaurar o fornecimento elétrico
Um ataque de artilharia russa deixou sem eletricidade a estrutura que protege parte da usina nuclear de Chernobyl, parcialmente destruída no acidente de 1986, informou nesta quarta-feira (1º) o Ministério de Energia da Ucrânia.
"Como resultado das sobretensões, o Novo Confinamento Seguro, uma instalação-chave que isola a quarta unidade destruída da usina nuclear de Chernobyl e evita a liberação de materiais radioativos no meio ambiente, ficou sem eletricidade", informou o ministério no Telegram.
Segundo o ministério, vários especialistas estão trabalhando para restaurar o fornecimento de energia, embora não tenham especificado as consequências do apagão. Por enquanto, a Rússia não se pronunciou.
Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou a Rússia de ser "uma ameaça mundial".
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"Cada dia que a Rússia prolongar a guerra, recusar colocar em prática um cessar-fogo completo e confiável e continuar bombardeando todos os nossos sítios energéticos — incluindo aqueles essenciais para a segurança das usinas nucleares e outras instalações nucleares — é uma ameaça mundial", denunciou Zelensky no Facebook.
A estrutura afetada, concluída em 2016 e também chamada de "sarcófago", tem forma de escudo e envolve o reator da unidade quatro para evitar que libere material radioativo.
Em fevereiro, o ataque de um drone russo danificou a estrutura, mas não provocou aumento da radiação na área circundante, segundo as autoridades ucranianas.
Em 1986, a Ucrânia, então república soviética, foi palco da pior catástrofe nuclear da história, quando o reator de Chernobyl explodiu e contaminou extensos territórios da Europa, principalmente na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia (hoje Belarus).
Desde que a Rússia iniciou sua invasão da Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, ambos os países se acusam mutuamente de atacar instalações nucleares, o que colocou em alerta o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA).
O Exército russo tomou a usina de Chernobyl, desativada, no primeiro dia de sua ofensiva, mas um mês depois se retirou.
Moscou também tomou a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, que é a maior instalação nuclear da Europa. Ainda a mantém sob seu controle.

