Um almirante ordenou segundo ataque contra embarcação perto da Venezuela
O secretário de Defesa Pete Hegseth "autorizou o almirante Bradley a realizar esses ataques", acrescentou a a secretária de imprensa Karoline Leavitt
O almirante que chefia o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos ordenou um ataque de acompanhamento contra uma suposta embarcação de narcotraficantes, informou a Casa Branca nesta segunda-feira (1º), ao defender a decisão de realizar um segundo ataque aos sobreviventes de um bombardeio anterior.
O almirante Frank Bradley "agiu dentro de sua autoridade e de acordo com a lei ao dirigir o ataque para garantir que o barco fosse destruído e a ameaça aos Estados Unidos eliminada", disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt aos jornalistas.
O secretário de Defesa Pete Hegseth "autorizou o almirante Bradley a realizar esses ataques", acrescentou a porta-voz.
Os dois bombardeios aconteceram em 2 de setembro e marcam o início da campanha dos Estados Unidos no Caribe. Segundo especialistas, as mortes causadas nesses ataques equivalem a execuções extrajudiciais, mesmo se tivessem como alvo traficantes conhecidos.
Na semana passada, a imprensa americana informou que um ataque inicial em 2 de setembro deixou duas pessoas com vida, que depois foram assassinadas em uma ação posterior para cumprir uma ordem de Hegseth.
O presidente de Estados Unidos, Donald Trump, anunciou naquele momento que 11 supostos "narcoterroristas" tinham sido assassinados em "um ataque".
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Ações posteriores que deixaram sobreviventes foram acompanhadas por esforços de busca e resgate que recuperaram duas pessoas em um caso e não conseguiram encontrar outra mais tarde em outubro.
Hegseth também insistiu em que os ataques são legais e afirmou, em publicação recente na rede X, que a ação militar está "em conformidade com a lei de conflito armado e aprovada pelos melhores advogados militares e civis, ao longo de toda a cadeia de comando".
Trump enviou ao Mar do Caribe uma flotilha de embarcações militares com o argumento de combater o tráfico de drogas.
As tensões regionais escalaram como resultado desses ataques, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusa Washington de usar o narcotráfico como pretexto para tentar derrubá-lo.
Maduro, cuja reeleição no ano passado foi considerada fraudulenta por Washington, insiste em que não existe produção de drogas na Venezuela que, segundo ele, é utilizada como rota de tráfico para a cocaína colombiana, contra a sua vontade.

