Sáb, 06 de Dezembro

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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

União Europeia propõe suspender financiamento de startups israelenses

Startups especializadas em cibersegurança, drones e inteligência artificial estão especificamente na mira

Palestinos carregam pertences pessoais na área de Mawasi, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 28 de julho de 2025Palestinos carregam pertences pessoais na área de Mawasi, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 28 de julho de 2025 - Foto: AFP

A Comissão Europeia propôs, nesta segunda-feira (28), suspender o financiamento de startups israelenses devido à desastrosa situação humanitária na Faixa de Gaza.

"Embora Israel tenha anunciado uma pausa humanitária diária nos combates em Gaza e tenha cumprido parte de seus compromissos [...], a situação continua grave", disse o Executivo da União Europeia (UE) em comunicado.

Um relatório da Comissão, apresentado aos 27 Estados-membros no final de junho, concluiu que Israel não cumpria um artigo do Acordo de Associação entre a UE e Israel relativo ao respeito aos direitos humanos.

Desde então, a Comissão Europeia tem trabalhado em sua resposta, debatendo várias opções possíveis, como proibir determinadas exportações, revisar sua política de vistos, entre outras.

A proposta apresentada nesta segunda-feira (28) é uma das opções mais tímidas. Consiste em suspender parcialmente a participação de Israel no programa de pesquisa Horizon Europe.

Startups especializadas em cibersegurança, drones e inteligência artificial estão especificamente na mira.

A proposta será submetida à aprovação dos Estados-membros da UE e será debatida em uma reunião na terça-feira (29).

Os países da União Europeia estão divididos quanto à atitude a adotar em relação a Israel desde o início da guerra em Gaza contra o Hamas, que estourou após o ataque perpetrado em território israelense por este movimento islamista em 7 de outubro de 2023.

A Alemanha, por exemplo, insiste no direito de Israel de se defender de acordo com o direito internacional, enquanto outros, como a Espanha, denunciam um "genocídio" em Gaza.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou no domingo que a desnutrição no território palestino está alcançando "níveis alarmantes", com um "pico de mortes em julho".

Cerca de 2,4 milhões de palestinos estão cercados desde o início da guerra, que já causou cerca de 60 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Israel, que controla todos os acessos a Gaza, nega qualquer bloqueio à ajuda e acusa o Hamas de saquear os suprimentos e as organizações humanitárias de não distribuí-los.

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