[Vídeo] Condutores de vans escolares relatam momentos de aflição em tiroteio
Durante a troca de tiros, ocorrido nesta segunda (18), no Barro, um dos veículos estava ocupado por crianças de 5 a 9 anos de idade
Os dois motoristas das vans escolares envolvidas no caso de violência próximo a uma escola no bairro do Barro, na Zona Oeste do Recife, relataram como foram os minutos de tensão após uma caminhonete com bandidos colidirem com suas vans e os criminosos trocarem tiros com a polícia. O caso ocorreu na manhã desta segunda-feira (18), e nenhum estudante ficou ferido.
"Por volta das 11h30, eu estava dentro da escola, para pegar minhas crianças, e o carro estava estacionado. De repente, houve o tiroteio e ninguém conseguiu mais sair, por via da própria segurança. Quando eu tive a oportunidade de sair do colégio, vi minha van já no outro lado da rua e totalmente arrebentada. Graças a Deus não havia nenhuma criança e também eu não me encontrava dentro", lembrou Hércules Espíndola, motorista da primeira van atingida (veja vídeo com entrevista). "Eu gostaria de ver [o que tem a dizer] o senhor prefeito, o senhor governador do Estado de Pernambuco quanto a isso. Que ele visse a distância que estava minha van da porta da escola", acrescentou.
O motorista da segunda van atingida não quis se identificar, mas também falou com a reportagem. "Aqui estava cheio de pais. De 11h30 isso aqui é lotado de pais, lotado de carros, lotados de conduções escolares. Eu vim normalmente com os meninos (da escola) e os botei dentro da van. Assim que fechei a porta, entrou [na rua] a caminhonete, bateu numa van primeiro, que foi para o outro lado da rua. Depois, bateu na minha van. Aí teve a troca de bala. Levantei a mão, desesperado, porque não estava preocupado com nada, estava preocupado com as crianças. Peguei todas elas, mostrei a elas que já estavam protegidas, botei-as na casa de um morador, que deu o maior apoio à gente. Fui no colégio, faltava um menino ainda. A coordenadora me deu o maior apoio. Tenho um grupo [em um aplicativo de mensagens] das mães. Passei a foto e o áudio, falei o motivo e que a gente ia se atrasar um pouquinho. Teve criança que, assim que chegou em casa e viu a mãe, chorou. Quem é que não chora? Eu chorei."
O condutor da segunda van também falou que tudo aconteceu muito rapidamente. "Eu sei que foram muitos tiros. A primeira vez quando eu vi essa caminhonete, quando dobrou a esquina aqui, um ladrão com um revólver apontado para fora, para o carro que vinha atrás, que era o carro da polícia. E os policiais revidando também. Aí foi quando bateu no meu carro, dois correram e, em nenhum momento, a gente sabia que tinha um terceiro bandido. Ele estava dentro da caminhonete. Os policiais viram que eu não era bandido, que era condutor escolar. Quando o policial abriu a porta, o bandido caiu ferido no chão. O policial perguntou pela arma. Eu só pensava nos meninos. Não tinha outra coisa para pensar não. No momento, na minha condução, estavam crianças de 5 a 9 anos. Eu disse a elas (indo para casa) que estava tudo tranquilo, que nada aconteceu, que foi um carro que bateu atrás de mim. Mas criança dessa idade não é boba, escutou, ouviu o policial, teve a noção. Por isso a maioria chorava, em casa, agarrada com a mãe."
Proprietário
Outra pessoa envolvida no caso e que prestou depoimento foi o dono da caminhonete roubada e utilizada pelos criminosos. Militar reformado, Jardemiro Bezerra, 62 anos, contou como sofreu a abordagem. "Eu estava parado no semáforo quando os meliantes - que não fazem Pacto pela Vida, e sim pacto pela morte - nos abordaram assaltando, dizendo 'Perdeu, perdeu'. Infelizmente um perdeu a vida. Falta o restante, o Cão levar. Eu estava lá no local onde eles abandonaram o outro e pegaram o meu. Eram três num carro e dois na moto dando cobertura."
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