Seg, 08 de Dezembro

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Vítima de queda de avião na Índia havia perdido o pai duas semanas antes

Com 242 pessoas a bordo, desastre foi o mais grave da aviação mundial em dez anos

Parte traseira de um avião da Air India após cair em uma área residencial perto do aeroporto em AhmedabadParte traseira de um avião da Air India após cair em uma área residencial perto do aeroporto em Ahmedabad - Foto: AFP

Duas semanas depois de enterrar o pai, Lawrence Christian, de 30 anos, morreu em um acidente aéreo ao deixar a Índia, quando voltava para Londres a bordo do Boeing 787-8 Dreamliner da Air India, que caiu segundos após a decolagem.

A tragédia familiar comoveu moradores de Ahmedabad, cidade no oeste do país, onde a mãe e a irmã de Lawrence agora se preparam para sepultar mais um ente querido.

O indiano trabalhava no Reino Unido e havia voltado para casa após a morte do pai, em maio, por complicações cardíacas.

Com 242 pessoas a bordo, o desastre foi o mais grave da aviação mundial em dez anos. Apenas um passageiro sobreviveu. No solo, cerca de 30 pessoas também morreram. A despedida aconteceu por videochamada, já dentro do avião.

"Quando ele entrou no avião, ele me viu por uma chamada de vídeo e se despediu", contou Ravina Christian, entre lágrimas, em entrevista à Reuters, ao lado da filha Rinal. "A última coisa que ele disse foi que iria desligar o telefone e que me ligaria depois de pousar."

Lawrence era o único provedor da família desde a morte do pai. Com a notícia da queda do avião, parentes e vizinhos passaram a se reunir na casa dos Christian, em busca de consolo e informações.

"Ficamos só nós três. Perdemos nossa força, nosso orgulho, a luz da nossa casa", disse a avó, Salvina, sem conter a emoção.

A identificação dos corpos tem sido feita por meio de exames de DNA e registros odontológicos no principal hospital público de Ahmedabad. A família ainda aguarda a liberação dos restos mortais.

Do lado de fora do hospital, outras famílias também vivem dias de angústia. Imitaz Ali Sayed busca por quatro parentes desaparecidos: o irmão, a cunhada e dois sobrinhos, de seis e quatro anos. Eles estavam no voo após uma viagem para celebrar o Eid (que marca o fim do Ramadã) com a mãe.

"Ainda tenho esperança. Tudo é possível. É o Todo-Poderoso quem decide se alguém vive ou morre", afirmou ele, cercado por outros parentes do lado de fora do hospital.

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