Sex, 05 de Dezembro

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Câmara

Alcolumbre diz que texto alternativo sobre anistia está 'pronto', mas vai aguardar decisão da Câmara

Presidente do Senado disse que pode apresentar seu texto na semana que vem

Davi Alcolumbre Davi Alcolumbre  - Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que já tem um texto pronto em alternativa à proposta defendida pela oposição da Câmara por um projeto de anistia que contemple envolvidos em atos golpistas e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deve apresentá-lo na próxima semana. Nesta quarta-feira, a Câmara aprovou a urgência do projeto, mas sem votar o mérito do texto, que deve ser alinhado nos próximos dias e terá como relator o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Alcolumbre disse que ainda aguarda as movimentações.

— Eu vou esperar primeiro o que a Câmara vai decidir. O meu (projeto) está pronto, mas vou esperar o de lá. Se não resolverem, na semana que vem eu vou tomar uma decisão — disse o presidente do Senado,

Questionado na semana passada, Alcolumbre disse que as pressões crescentes pela condenação de Bolsonaro e outros sete aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista não mudaram sua rejeição a um projeto que garanta a "anistia ampla e irrestrita". 

Como O GLOBO mostrou, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já disseram que uma possível anistia ampla deve ser barrada pela Corte por ser inconstitucional. A proposta ganhou tração na última semana a partir de conversas envolvendo figuras importantes do Centrão, que veem chance de Bolsonaro apoiar uma candidatura à Presidência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se houver uma concertação nacional a favor dos acusados de atentar contra as instituições democráticas.


Uma possibilidade debatida no Senado passa por apresentar uma alteração no crime de abolição do estado democrático de Direito , que seria unificado à tipificação de tentativa de golpe de Estado. A alteração, caso aprovada, poderia beneficiar os envolvidos nos ataques com a redução de penas, o que, em consequência, pode representar o cumprimento da punição em um regime menos rígido que o fechado.

Mais cedo, na saída da reunião com Motta que selou a escolha, Paulinho afirmou que o caminho mais provável para o texto que será construído é a redução de penas.

— Ideia é a pacificação. Construir um projeto que não seja nem tanto à direita nem tanto à esquerda. Conversar com todo, com o centro especialmente e tentar votar o mais rápido possível. Ideia que está surgindo em quase todos os partidos (reduzir penas). Vou conversar com todas as bancadas para que a gente tenha uma linha mestra. Vamos organizar o texto para encaminhar a todos e tentar um consenso. Isso que vamos conversar (sobre Bolsonaro). Não sei se meu texto vai salvar o Bolsonaro, digamos assim. Vamos tentar construir a maioria. Não vamos ter conflito com ministros do Supremo, aí não resolve. Vou conversar com os ministros — disse em entrevista à GloboNews.

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