Sex, 05 de Dezembro

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VAGA NO SUPREMO

Alcolumbre diz que vai analisar indicação de Messias ao STF dentro das 'prerrogativas' do Senado

Escolha de Lula precisa do aval de ao menos 41 senadores

Davi Alcolumbre, presidente do SenadoDavi Alcolumbre, presidente do Senado - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quinta-feira que vai analisar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) dentro das "prerrogativas" do Senado. Cabe à Casa aprovar ou não a indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alcolumbre preferia que o escolhido fosse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e manifestou a aliados incômodo com a indicação de Messias.

"Analisarei os próximos passos dentro das prerrogativas do Senado. Cada um dentro das suas próprias prerrogativas", disse Alcolumbre ao jornal O Globo.

Messias precisará do aval de ao menos 41 senadores em plenário para chegar à Corte. Antes, vai passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), fase em que parlamentares da oposição costumam usar discursos e perguntas para desgastar o indicado presidencial.

Caso seja aprovado, ele se juntará a Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Dias Toffoli e será o quinto ministro apontado por Lula, em três mandatos, entre os 11 que compõem o STF.

Só houve rejeições de nomes apontados à Corte no século XIX, durante o governo de Floriano Peixoto, o que historicamente mostra a força do Executivo nas nomeações para a cúpula do Judiciário. Por outro lado, mesmo senadores governistas vêm alertando para a piora do clima, explicitada pela aprovação apertada da recondução de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada — foram apenas quatro votos acima do mínimo necessário.

Os integrantes da base pontuam que Alcolumbre agiu a favor de Gonet, o que hoje parece distante no caso de Messias. O presidente do Senado manifestou inclusive a Lula a preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que foi recebido pelo petista no Alvorada no início da semana e ouviu que o plano para ele é uma candidatura ao governo de Minas Gerais no ano que vem, não o Supremo.

Alcolumbre já vinha manifestando a aliados incômodo sobre a forma como a articulação vinha sendo conduzida e reclamou de o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), estar em campanha aberta por Messias. Alcolumbre também foi procurado por parlamentares de centro e da oposição que se queixaram de a Casa estar sendo tratada meramente como a etapa final de uma decisão já tomada. No dia anterior à formalização, Pacheco disse que ainda iria “avaliar” como atuaria no caso da indicação de Messias, o que acabou se confirmando.

Senadores também lembram do papel de Alcolumbre quando o então presidente Jair Bolsonaro indicou André Mendonça para a Corte. Na ocasião, o senador presidia a CCJ e preferia que o escolhido tivesse sido o à época procurador-geral da República, Augusto Aras. Em represália e numa tentativa de fazer o Planalto reverter a indicação, demorou mais de quatro meses para marcar a sabatina, o que deixou Mendonça exposto.

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