Sáb, 06 de Dezembro

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Congresso

Alcolumbre, em crise com Planalto, defende análise de vetos ambientais e cita acordo com governo

Presidente do Congresso afirmou que votação é "necessidade institucional"; sessão desta quinta também analisa vetos ao Propag

Alcolumbre rebateu em plenário as acusações de que teria pautado o tema para pressionar o governo.Alcolumbre rebateu em plenário as acusações de que teria pautado o tema para pressionar o governo. - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quinta-feira que a decisão de pautar o veto ao projeto de licenciamento ambiental segue um acordo firmado com as lideranças e não se trata de um gesto político contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

A fala ocorre em um momento de forte desgaste entre o Planalto e o Legislativo e horas após o governo divulgar nota alertando para riscos de “desastres climáticos” caso os vetos sejam derrubados.

A sessão conjunta do Congresso analisa nesta quinta-feira os vetos ao Propag, programa de renegociação das dívidas dos estados, e os vetos de Lula ao projeto de licenciamento ambiental, que devem ser derrubados.

Na noite de quarta, o Planalto sustentou que a manutenção dos vetos é necessária para evitar retrocessos ambientais e preservar a imagem do país após a COP realizada em Belém.

Alcolumbre rebateu em plenário as acusações de que teria pautado o tema para pressionar o governo.

— O Parlamento não pode se furtar às suas responsabilidades constitucionais — afirmou.

Segundo ele, houve “amplo diálogo” conduzido pela senadora Tereza Cristina (PP-MS).

— Esse acordo foi celebrado, e o líder Randolfe manifestou a concordância do governo com a votação hoje — disse.

O presidente do Senado também argumentou que a decisão é necessária para destravar a agenda ambiental no Congresso.

— Votar esse veto é fundamental para estabilizar o marco legal — afirmou.

A temperatura política, porém, é desfavorável ao governo. Na quarta-feira, tanto Alcolumbre quanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausentaram da cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, ato visto no Planalto como um recado de distanciamento.

Alcolumbre, irritado com a indicação de Jorge Messias ao STF, tem elevado a pressão sobre o Executivo e resistido à articulação do governo em temas sensíveis.

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