Sáb, 06 de Dezembro

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Política

Ambiente de tensão: como Bolsonaro viu o longo voto de Moraes pela condenação na trama golpista

Ex-presidente assistiu à argumentação de casa, ao lado de Michelle

Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar e não compareceu ao julgamentoJair Bolsonaro está em prisão domiciliar e não compareceu ao julgamento - Foto por SERGIO LIMA / AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou durante a manhã e tarde desta terça-feira (9), no sofá de sua residência em Brasília, o voto do ministro-relator Alexandre de Moraes no julgamento da trama do golpe.

Ao lado da ex-primeira-dama Michelle, com a televisão ligada e um bloco de anotações à mão, permaneceu atento às palavras do relator, que falou por mais de cinco horas.

Durante a sessão, Bolsonaro teve poucas reações e chegou a fazer pausas. Em alguns momentos, comentou em voz baixa que o voto era “duríssimo” e reafirmou o argumento que sustenta desde o fim do mandato: que sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição. Entre anotações e longos períodos de silêncio, a maior parte do tempo foi de observação atenta.

Segundo relatos de pessoas próximas, o clima na residência era tenso. Michelle manteve-se ao lado do marido, enquanto o ex-presidente, que costuma reagir de forma mais explosiva em público, desta vez optou pela atenção silenciosa.

Entre aliados, o comentário mais frequente é que o voto de Moraes reforça que Bolsonaro já estaria condenado. Mesmo que o ministro Luiz Fux abra uma divergência, como esperam, o placar deve ser contrário ao ex-presidente.

O voto de Moraes detalhou a participação atribuída a Bolsonaro na articulação de um plano para contestar o resultado das eleições de 2022, incentivar apoiadores e pressionar instituições, culminando na invasão das sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro de 2023. A dureza das palavras contribuiu para que o clima no entorno do ex-presidente fosse de preocupação.

Ao contrário da semana passada, seus filhos não estiveram presentes durante a manhã. O senador Flávio Bolsonaro presidiu uma comissão no Senado Federal e deu uma coletiva à imprensa, enquanto Carlos Bolsonaro deve passar pela residência no período da tarde. Jair Renan não estaria em Brasília.

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