Até hoje me chamam de melancia, diz ex-comandante da Aeronáutica ao STF sobre trama golpista
Brigadeiro Baptista Junior prestou depoimento ao STF na ação penal que investiga trama golpista
O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior afirmou nesta quarta-feira, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que continua sofrendo ataques nas redes sociais por não ter apoiado uma tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
— Até hoje existem perfis no Twitter que colocam todo dia de manhã ataques a mim e a mais meia dúzia de generais nos chamando de melancia. O meu Twitter eu tive que fechar — afirmou o brigadeiro Baptista Junior.
A declaração do ex-comandante da Aeronáutica se deu em resposta ao advogado de Walter Braga Netto, que perguntou sobre quais tipos de ataque ele se referia em um determinado momento de seu depoimento.
"Melancia" é uma expressão usada para se referir de maneira pejorativa a militares que seriam "verdes por fora e comunistas por dentro".
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Ao depor como testemunha na Primeira Turma da Corte, o brigadeiro também confirmou ter presenciado o então comandante do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, ameaçar o ex-presidente de prisão.
A ordem de prisão foi negada por Freire Gomes na segunda-feira, quando o ex-chefe do Exército depôs ao STF na ação que trata sobre a trama golpista.
— Logicamente ele não falou essa frase com agressividade. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, com muita calma — disse Baptista Junior.
O brigadeiro é testemunha na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e seu depoimento é considerado um dos mais importantes nessa etapa do processo. Ele foi indicado no processo como testemunha pela acusação, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

