Bispo da Universal apresenta Paes como "pré-candidato a governador" em encontro com pastores
Membro da igreja de Edir Macedo, vereador Inaldo Silva (Republicanos) defendeu apoio ao prefeito do Rio na eleição de 2026, durante reunião em templo religioso
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), foi apresentado como "pré-candidato a governador" durante um encontro com lideranças evangélicas nesta segunda-feira. Durante a reunião, que ocorreu na Assembleia de Deus Ministério Barão de Petrópolis, no Rio Comprido, o vereador Inaldo Silva (Republicanos) disse que o prefeito "manifestou o desejo" de se candidatar e defendeu o apoio a Paes na eleição estadual de 2026.
Leia também
• Dannilo Godoy defende Eduardo da Fonte para o Senado: "É o nome que traz resultados para Pernambuco"
• Deputados são contra fim da jornada 6x1 e concordam em subir faixa de isenção do IR, diz Quaest
• Motta faz discurso contra o protecionismo no Fórum de Lisboa
Paes, por sua vez, fez uma fala em defesa da regularização fundiária de igrejas. Segundo pessoas presentes ao encontro, ele desconversou em outro momento sobre a possibilidade de concorrer ao governo — movimento que exigiria uma renúncia à prefeitura início de 2026.
Inaldo, que também é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, explicou aos pastores que faz parte da base de Paes na Câmara de Vereadores e elogiou propostas do prefeito, como a de criar uma divisão armada para a Guarda Municipal. O vereador argumentou que a iniciativa "vai melhorar ainda mais" a segurança da capital, mas ponderou que há a necessidade de medidas que alcancem o restante do estado.
— A violência não está só na capital. E quando, prefeito, o senhor manifestou o desejo de vir aí como pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, eu tenho que falar assim: "tenho que estar do lado desse homem". Porque realmente ele está fazendo o bem pela cidade — disse Inaldo durante o encontro.
Procurado pela reportagem, Inaldo não quis comentar. Paes não retornou o contato.
A reunião desta segunda-feira foi apresentada como um "encontro com lideranças evangélicas interdenominacionais", e teve como anfitrião o pastor Gilmar de Oliveira, líder da Assembleia de Deus do Rio Comprido. Em sua fala, Paes destacou sua relação de longa data com a liderança de outro ramo da Assembleia de Deus: o bispo Abner Ferreira, do Ministério de Madureira.
Paes disse conhecer Abner desde seu primeiro mandato como vereador, na década de 1990, e elogiou a atuação do bispo pela regularização de templos religiosos. No início deste ano, o prefeito participou de uma cerimônia de entrega de títulos fundiários para igrejas em áreas vulneráveis, realizada na Assembleia de Deus de Madureira.
— No começo da Barra, bem em frente ao metrô hoje, tinha uma Assembleia de Deus muito antiga e a prefeitura cismou de derrubar aquela Assembleia de Deus. E aí o Abner me procurou e disse: "isso não dá". Logramos êxito e conseguimos, lá para 2014, acho eu, que aquela igreja fosse regularizada. Em 2020, depois que eu ganhei a eleição de um irmão, o bispo Crivella, que é muito amigo do Inaldo, encontrei de novo com o Abner e ele me falou, "agora precisa regularizar todas as igrejas da cidade do Rio" — narrou Paes.
Embora venha negando publicamente ter planos para concorrer ao governo estadual em 2026, Paes vem fazendo movimentos de aproximação com atores considerados relevantes para o xadrez eleitoral.
O prefeito da capital ampliou a interlocução com prefeitos do interior e de grandes colégios eleitorais, além de ensaiar uma aliança com o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), um dos outros possíveis candidatos a governador.
Hoje, quem desponta como o principal antagonista de Paes na corrida ao governo é o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), que pretende concorrer ao Palácio Guanabara com apoio do governador Cláudio Castro (PL) e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Bacellar também se indispôs

