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Eleições 2026

"Bolsonaro falou, está falado", diz presidente do PL sobre escolha de Flávio para 2026

Senador falou sobre o assunto a aliados após visita ao pai na Superintendência da Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa NetoO ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto - Foto: Beto Barata/PL

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta sexta-feira ao Globo que a palavra de Jair Bolsonaro sobre a sucessão presidencial e a indicação de seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto será respeitada.

— Confirmado. Flávio me disse que o nosso Capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos — disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Flávio disse a aliados nesta semana que o seu pai o escolheu como candidato do grupo para a Presidência em 2026.

A afirmação foi feita após uma visita de Flávio ao pai na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde Bolsonaro está preso.

A informação, divulgada inicialmente pelo portal Metrópoles, foi confirmada ao Globo por quatro integrantes da cúpula do PL.

Segundo relatos feitos por Flávio a aliados, Bolsonaro defendeu que o filho comece a se comportar como candidato: viajar mais, marcar presença em eventos pelo país, entrar de forma mais direta no confronto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, sobretudo, organizar palanques estaduais.

A leitura é que o movimento busca preservar o capital político de Bolsonaro dentro da família e dar ao senador musculatura para chegar competitivo ao pleito de 2026.

— Soube sim (da decisão de Bolsonaro). Vamos respeitar, seja qual for a escolha do presidente Bolsonaro — afirmou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

O movimento ocorre após um desentendimento público entre Flávio e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que venceu uma disputa política sobre alianças no Ceará. Após se posicionar de forma contrária à aproximação de bolsonaristas no estado com o ex-presidenciável Ciro Gomes, ela sofreu críticas públicas não só de Flávio, bem como de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ).

A possível escolha por Flávio, se consolidada, representa uma reconfiguração importante no tabuleiro da direita.

Até aqui, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), era tratado nos bastidores como o nome mais forte para encabeçar a chapa do campo bolsonarista.

Aliados próximos, porém, afirmam que Tarcísio vinha sinalizando que pretendia concluir o mandato e não desejava compor como vice, o que abriu espaço para Bolsonaro consolidar um plano interno e vocalizar a preferência pelo primogênito. Outro ponto que pesa contra o governador é não ser integrante da família.

No cálculo político do ex-presidente, Flávio é o único capaz de unificar o PL num momento de forte pressão regional e de disputa por protagonismo dentro do partido. Além disso, ele largaria com palanques relevantes: Tarcísio, em São Paulo, e Cláudio Castro, no Rio, são citados como governadores que podem dar sustentação nacional à candidatura.

A movimentação ocorre enquanto a direita tenta reorganizar suas peças para 2026. Michelle Bolsonaro vinha sendo defendida por uma ala do PL como nome “imbatível” para a vice-presidência, especialmente após a vitória interna no Ceará, quando conseguiu reverter o apoio da cúpula do partido a Ciro Gomes. Mesmo assim, segundo aliados, Bolsonaro tem repetido que prefere um candidato da família e enxerga o filho como o mais político.

Apesar disso, o movimento não é consensual. Um interlocutor próximo de Michelle negou que exista qualquer definição. O entorno da ex-primeira-dama afirma que ela não foi informada da indicação.

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