Sáb, 06 de Dezembro

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Eleições 2026

Bolsonaro já admite Tarcísio candidato a presidente e condiciona Michelle na vice caso esteja preso

Na avaliação dele, candidatura da direita precisa ter alguém com sobrenome da família percorrendo o Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de de São Paulo, Tarcísio de Freitas O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de de São Paulo, Tarcísio de Freitas  - Foto: Reprodução/X

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já admite a aliados que aceita a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a presidente da República em 2026. Ele deixa claro, no entanto, que quer a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) na chapa caso esteja preso.

Na sua avaliação, a candidatura ao Planalto da direita precisa ter alguém com o sobrenome da família percorrendo o Brasil ao lado de Tarcísio.

A correligionários, Bolsonaro afirma que, se estiver em liberdade em agosto de 2026, mês de início da campanha, não haverá necessidade de Michelle ser vice. O recado é mais um gesto que o ex-presidente faz ao Centrão de olho em uma movimentação mais contundente do bloco pela sua soltura.

Desde meados do mês passado, contudo, o tema anistia deu lugar ao PL da dosimetria e não há no horizonte negociações que apontem para um Bolsonaro livre da prisão — seja em regime fechado ou domiciliar — no ano que vem.

Tarcísio visitou Bolsonaro na segunda-feira em Brasília, onde o ex-presidente está em prisão domiciliar. Condenado a 27 anos e três meses de prisão no âmbito da trama golpista, ele aguarda o desfecho burocrático do julgamento para começar a cumprir a pena. A condenação prevê o início em regime fechado, mas, com base no estado de saúde dele, a defesa tende a tentar o modelo domiciliar.

Após a visita, o governador de São Paulo negou a candidatura presidencial e voltou a dizer que disputará a reeleição no maior estado do país.

— Sou candidato à reeleição, como eu tenho dito. Isso já está claro. Vim fazer uma visita de cortesia, visitar um amigo — afirmou.

Nos últimos meses, Tarcísio teve idas e vindas com o bolsonarismo. Foi atacado no contexto do tarifaço, quando entrou em colisão com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas depois fez gestos radicais em prol do ex-presidente, como articular com afinco uma anistia em Brasília.

A visita do governador a Bolsonaro se deu no mesmo dia em que o ministro Edson Fachin tomou posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de estar na capital, Tarcísio não prestigiou a solenidade do Judiciário, ao contrário de outros governadores.

Nome preferido do Centrão, o comandante do Palácio dos Bandeirantes é considerado o candidato mais viável para bater de frente com Lula. É, no entanto, quem tem um custo mais alto para entrar no jogo. Os demais governadores de direita cotados para a eleição — Romeu Zema, de Minas Gerais, Ronaldo Caiado, de Goiás, e Ratinho Jr., do Paraná — estão em segundo mandato e não precisariam abrir mão de mais quatro anos em seus estados para se aventurar na disputa nacional.

Qualquer chefe de Executivo que queira se aventurar nas urnas, seja qual for o cargo escolhido, precisa se desincompatibilizar até o início de abril. Tarcísio, portanto, tem daqui até lá cerca de seis meses para bater o martelo se continua na cadeira do Bandeirantes ou se coloca em curso a pré-campanha presidencial.

Alguns aliados de Tarcísio que não são do bolsonarismo, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, sempre disseram que a eleição ideal para ele é a de 2030, já sem Lula.

Para esses conselheiros, vale mais a pena o governador garantir a reeleição no estado e se preparar depois para o voo nacional, num momento em que o PT e a esquerda não terão um nome natural para suceder o presidente.

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