Sáb, 06 de Dezembro

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Política

Bolsonaro reúne manifestantes na Avenida Paulista em ato pró-anistia

O ato se concentra próximo ao Masp e tem discursos com críticas ao STF

Bolsonaro pede por anistia em ato com apoiadores em São PauloBolsonaro pede por anistia em ato com apoiadores em São Paulo - Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reúnem na Avenida Paulista, na tarde deste domingo, para um ato organizado pelo pastor Silas Malafaia com o lema "Justiça Já". Bolsonaro discursa neste momento.

Mais cedo, os discursos de aliados do presidente no ato variaram entre a defesa de uma anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e as críticas ao processo sobre a trama golpista em andamento no Supremo Tribunal Federal ( STF) que mira Bolsonaro e aliados.

Quatro governadores estiveram presentes no ato: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina.

A certa altura, quando um aliado falava em inglês, Bolsonaro brincou com o desempenho do discurso anterior e encerrou expressando um "Make Brazil Great Again" (Faça o Brasil grande novo), uma referência ao lema de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, disse que o pai sofre uma "inquisição" para que ele tenha a "cabeça posta numa bandeja".

— A balança da Justiça está pedindo para um lado, com perseguição, injustiça, ataques a prerrogativas parlamentares e à liberdade de expressão, em alta velocidade, para condenar alvos pré-escolhidos —disse.

Nos discursos com ares de comício eleitoral, lideranças do PL falaram abertamente em derrotar o presidente Lula em 2026 e eleger candidatos de direita ao Senado para enfrentar o STF.

— Eles querem perseguir candidatos a senador da direita com chances de ganhar — alegou o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

— Se colocarmos ele sozinho la, o que ele vai fazer? A nossa responsabilidade é eleger 46 senadores de direita — disse o senador Magno Malta (PL-ES).

O evento ofereceu palanque para alguns desses possíveis postulantes, como os deputados Zucco (PL-RS) e Marco Feliciano (PL-SP).

Gustavo Gayer (PL-GO), junto com o pastor Silas Malafaia, foi quem mais atacou o STF, ao levar gravações de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia. O público respondeu com gritos de "comunista" e xingamentos direcionados aos magistrados.

Tarcísio também aproveitou o momento para ensaiar uma plataforma para 2026. Ele declarou que "o Brasil não aguenta mais o PT" e que Lula jogou as políticas de Bolsonaro "na lata do lixo" em menos de três anos. Ele evitou críticas ao Supremo.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, fez um rápido comentário, gritou "volta, Bolsonaro" no palco e citou quatro governadores presentes, dois deles com possibilidade de disputarem a presidência. A reação de Bolsonaro foi morna, enquanto Tarcísio deu um abraço e Zema apertou a mão do cacique partidário.

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