Sáb, 06 de Dezembro

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Brasília

Centrão abre o jogo presidencial em favor de Tarcísio

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é o nome mais competitivo para enfrentar Lula em 2026, segundo avaliação do campo da direita

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas  - Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de São Paulo

No campo da direita, já há uma convicção: o nome mais competitivo para enfrentar Lula é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que sofre resistências do ex-presidente Jair Bolsonaro. Inelegível, Bolsonaro torce o nariz quando observa qualquer movimentação em torno de Tarcísio, que foi um dos seus melhores ministros.

Ontem, O Globo trouxe uma matéria informando que o Centrão iria mover Bolsonaro e fazer uma estratégia em torno da candidatura de Tarcísio. Mesmo sem um aceno favorável do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o jornal, partidos do Centrão começam a se movimentar para construir uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e cobiçam indicar um nome para vice-presidente na chapa.

Siglas como o PP e o União Brasil, que anunciaram uma federação, já pressionam internamente para que o assunto saia do círculo de conversas reservadas e seja tratado publicamente. No caso do PP, entre os nomes apontados como opções estão o presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI), e a senadora Tereza Cristina (MS), que chegou a ser cotada para ser vice de Bolsonaro em 2022, mas foi preterida em favor do general Braga Netto.

Já no União não há favoritos, mas a legenda avalia que, pelo seu tamanho, não é possível que a sigla seja ignorada em uma chapa presidencial. Os acenos a Tarcísio também têm sido intensificados pelo Republicanos, MDB e PSD. Estes dois últimos principalmente pelo interesse em herdar o governo de São Paulo. Por outro lado, as movimentações dos partidos têm desagradado a aliados de Jair Bolsonaro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, já criticou indiretamente Tarcísio e o classificou como “direita permitida”.

Um dos escalados para tentar construir uma unidade dos partidos para 2026 é o ex-presidente Michel Temer. O emedebista já procurou todos os que mostraram interesse em disputar o Palácio do Planalto, inclusive Tarcísio, e provocou insatisfação no bolsonarismo por falar que a candidatura presidencial poderia ser construída sem a participação de Bolsonaro.

Apesar disso, o atrito não foi o suficiente para romper a relação entre Temer e Bolsonaro. Ambos chegaram a conversar recentemente, ocasião em que o emedebista influenciou o tom que Bolsonaro usou durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a trama golpista. Bolsonaro tem insistido em dizer que é candidato mesmo inelegível e resiste a apoiar alguém.

Desconfiado dos partidos e sem querer perder o controle sobre o futuro da direita e da oposição a Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente avalia insistir em se lançar candidato e, caso seja barrado, apresentar o nome de Eduardo, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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