Sáb, 06 de Dezembro

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Comissão do Congresso ouve diretor da Abin sobre indiciamento e deve convocar Rui Costa

Luiz Fernando Corrêa deixou o Congresso sem falar com a imprensa

Abin é subordinada diretamente à Casa Civil e Rui Costa é apontado como o nome que tem avalizado a manutenção de Corrêa no órgãoAbin é subordinada diretamente à Casa Civil e Rui Costa é apontado como o nome que tem avalizado a manutenção de Corrêa no órgão - Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Comissão Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso deve convocar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para prestar esclarecimentos ao colegiado em relação à gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O presidente da CCAI, o deputado Filipe Barros (PL-PR), se disse favorável à convocação do ministro, nesta quarta-feira, depois de a comissão ter ouvido o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, que foi indiciado pela Polícia Federal por obstrução de Justiça na investigação que apura a existência de uma estrutura paralela no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro. Corrêa deixou o Congresso sem falar com a imprensa.

A Abin é subordinada diretamente à Casa Civil e Rui Costa é apontado como o nome que tem avalizado a manutenção de Corrêa no órgão, mesmo depois do indiciamento. Da atual gestão, além de Corrêa, a PF indiciou Luiz Carlos Nóbrega, chefe de gabinete, José Fernando Chuy, corregedor-geral do órgão. Os três são foram nomeados no governo Lula.

A PF aponta que aponta que a atual direção da Abin dificultou o acesso a dados relevantes sobre o suposto monitoramento ilegal feito pelo órgão - o que teria prejudicado as investigações e configurado o crime de obstrução de Justiça. Em depoimento à PF, Corrêa negou todas as irregularidades.

As pressões para que Rui Costa seja interrogado vêm de membros da oposição e da União Nacional dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis), entidade que representa os servidores da ABIN.

Em um comunicado, a Intelis diz que é "inadmissível" manter no posto Luiz Fernando Corrêa, após o indiciamento, e reforça que a divulgação do relatório do inquérito expôs nomes de servidores que não têm relação com os crimes investigados, o que teria comprometido a segurança pessoal e profissional desses agentes.

— Vamos avaliar o tema na próxima reunião da CCAI. Eu considero necessário, sim, ouvir o ministro a esta altura, especialmente depois do depoimento do Luiz Fernando Corrêa. Ele não deixou nenhuma pergunta sem resposta e considerei satisfatório. Ele falou sobre o indiciamento, as denúncias de espionagem de autoridades paraguaias, e outros temas. Tendo requerimentos para ouvir o ministro, vamos votá-lo — disse Barros.

A PF concluiu o inquérito sobre o funcionamento da chamada "Abin paralela" no órgão de inteligência. Foram indiciados mais de 30 pessoas, o ex-diretor-geral e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente.

A Polícia Federal apontou a participação de Jair Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas o ex-presidente não foi relacionado na lista de indiciados porque já responde pela mesma acusação no Supremo Tribunal Federal (STF) na ação da trama golpista.

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