Sex, 05 de Dezembro

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Justiça

Condenado por bomba em aeroporto está em local incerto e não sabido após progredir ao regime aberto

Condenado pela justiça do DF a nove anos de prisão, ele recebeu progressão de regime em fevereiro de 2025

George Washington de Oliveira Sousa instalou explosivo em caminhão George Washington de Oliveira Sousa instalou explosivo em caminhão  - Foto: Polícia Civil / Divulgação

Condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal por planejar um atentado à bomba no aeroporto de Brasília em dezembro de 2022, George Washington de Oliveira Sousa é considerado foragido, conforme um despacho do ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, desta quarta-feira.

Washington responde no tribunal a uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, além de outros.

O despacho de Moraes determina que o homem seja notificado por edital da existência da denúncia da PGR. A medida é adotada quando o acusado está em "local incerto e não sabido" e não pode ser encontrado por um oficial de justiça, garantindo a continuidade do processo na Justiça.

George Washington já havia sido condenado a 9 anos de prisão em maio de 2023 pelo episódio. A sentença levou em consideração os crimes de "expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro" e "causar incêndio em combustível ou inflamável", além de "porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo".

Em fevereiro, ele passou a cumprir a pena no regime aberto.

Responsável por essa primeira denúncia oferecida contra Washington, o Ministério Público do Distrito Federal remeteu uma cópia à PGR para que o órgão analisasse o caso em conjunto com outras investigações, como as relativas à tentativa de invasão à sede Polícia Federal, ocorrida também em dezembro de 2022, e os atos terroristas de 8 de janeiro de 2022.

Em junho deste ano, a PGR oferece uma denúncia contra Washington e os outros envolvidos no caso, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Soares, que estão presos na cadeia de Comodoro (MT) e na penitenciária do Distrito Federal.

Segundo o despacho de Moraes, George Washington está no momento foragido. Ele teve a prisão preventiva decretada no dia 24 de junho.

As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal mostraram que Washington transportou do Pará para Brasília diversas armas de fogo, dinamite, acessórios e munições.

“O propósito dele seria distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los no cumprimento de seu intuito: garantir distúrbios sociais e evitar a propagação do que ele denomina como comunismo”, escreveu o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília.

Washington, Alan e Wellington se encontraram “durante as manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais, em frente ao Quartel-General do Exército, quando decidiram se unir para praticar os delitos”.

O objetivo do trio era criar um cenário de caos na capital que justificasse a decretação de Estado de Sítio. No dia 23 de dezembro, os envolvidos elaboraram o plano de colocar uma bomba no aeroporto da capital.

George Washington teria recebido de um indivíduo um controle remoto e quatro acionadores para detonar as bombas. Os dispositivos foram colocados no eixo traseiro de um caminhão-tanque que estava estacionado nas proximidades do aeroporto, aguardando o momento de se aproximar da base aérea.

Antes no entanto que a bomba fosse detonada, o motorista percebeu a presença dos explosivos e os retirou do local.

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