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CPI do Crime Organizado ouve chefe da PF e promotor que investiga PCC

Depoimentos de Andrei Passos Rodrigues e Lincoln Gakiya ocorrem na próxima semana, em meio à ofensiva da oposição sobre a pauta da segurança pública

 Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados - Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

A CPI do Crime Organizado do Senado entrará na próxima semana em uma nova fase, com as oitivas de autoridades da cúpula da segurança pública em meio à disputa entre governo e oposição pelo protagonismo na pauta da segurança e pela tramitação do PL Antifacção, principal aposta do Planalto para endurecer o combate às organizações criminosas. Estão marcados para os dias 18 e 19 de novembro os depoimentos do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, do diretor de Inteligência da PF, Leandro Almada, do diretor de Inteligência Penal da Senappen, Antônio Glautter de Azevedo Morais, e do promotor Lincoln Gakiya, referência nacional no enfrentamento ao PCC.

O relator da comissão, Alessandro Vieira (MDB-SE), pretende usar as audiências para mapear falhas de integração entre o sistema prisional e as forças policiais. O plano de trabalho divide a investigação em nove eixos, que vão de lavagem de dinheiro ao controle de fronteiras, e prevê a apresentação de um relatório preliminar até janeiro.

O avanço da CPI ocorre em um momento em que a segurança pública se torna um dos principais campos de embate político. No Planalto, há preocupação de que a comissão seja usada pela oposição para desgastar o governo Lula, especialmente em estados com forte presença de facções. Já integrantes da base defendem uma atuação técnica, para evitar que o colegiado vire palanque eleitoral.

A oposição, por sua vez, tenta associar o governo à ineficiência do Estado no combate ao crime organizado. O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou que a CPI deve apurar “a omissão do governo diante da expansão das facções”, enquanto parlamentares do partido articulam o endurecimento do PL Antifacção durante a tramitação no Congresso.

Instalada no início de novembro, a CPI é presidida por Fabiano Contarato (PT-ES).

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