Sáb, 06 de Dezembro

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Dino relaciona morte de influenciador conservador nos EUA a anistia: 'Foi feito perdão e não há paz'

Dino alegou que a paz não é alcançada pelo "esquecimento", mas sim, em alguns casos, pelas "instâncias repressivas do Estado"

Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante julgamentoMinistro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante julgamento - Foto: TV Justiça/Reprodução

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou nesta quinta-feira (11) o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk, ocorrido na quarta-feira nos Estados Unidos. Dino lembrou a discussão sobre uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro e ressaltou que, nos Estados Unidos, foi concedido perdão aos invasores do Capitólio, mas que isso não trouxe "paz".

— Ontem, infelizmente, houve um grave crime político. Um jovem, que é de uma posição política aparentemente ao lado do atual presidente dos Estados Unidos, mas pouco importa, levou tiro. E é curioso notar porque há uma ideia segundo a qual anistia, perdão, é igual a paz. E foi feito perdão, nos Estados Unidos, e não há paz. 

Dino alegou que a paz não é alcançada pelo "esquecimento", mas sim, em alguns casos, pelas "instâncias repressivas do Estado".

— Porque, na verdade, o que define a paz, que nós sempre devemos buscar, não é a a existência do esquecimento. Às vezes a paz se obtém pelo funcionamento adequado das instâncias repressivas do Estado.

O comentário do ministro foi feito durante o julgamento da ação penal da trama golpista, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os réus. Na terça-feira, ao apresentar seu voto pela condenação, Dino já havia dito que os crimes relacionados à tentativa de abolir violentamente o Estado democrático de direito são "insuscetíveis de anistia".

— Esses tipos penais são insuscetíveis de anistia, de modo inequívoco. Jamais houve anistia feita em proveito dos altos escalões do poder. Nunca a anistia se prestou a uma espécie de autoanistia de quem exercia o poder dominante.

Charlie Kirk, de 31 anos, era chefe da Turning Point USA (TPUSA), principal organização conservadora juvenil dos Estados Unidos. Ele foi baleado e morto nesta quarta-feira enquanto discursava em um evento no campus da Universidade Utah Valley.

Apoiador do presidente americano, Donald Trump, Kirk foi um dos que promoveu a teoria da conspiração sobre uma suposta fraude nas eleições presidenciais americanas de 2020. Foi também entusiasta das manifestações que resultaram na invasão ao Capitólio, de 6 janeiro de 2021.

 

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