Duda Salabert diz ter sido informada pelos EUA que seu visto será emitido no masculino
Após Erika Hilton ter vindo à público criticar governo americano, deputada mineira reclama de ter tido sua identidade de gênero ignorada
A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou nesta quarta-feira que foi informada que será afetada pela nova política do governo dos Estados Unidos e teve seu visto para entrar no país emitido no gênero masculino. Mais cedo, sua colega de Casa, Erika Hilton (PSOL-SP), denunciou situação semelhante.
As duas são as primeiras mulheres trans eleitas para o Parlamento brasileiro.
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A parlamentar mineira afirmou ter recebido um convite para participar de um curso sobre políticas da primeira infância, promovido pela Universidade de Harvard, entre dois e seis de junho. Ao se dar conta de que seu visto estava vencido, entrou com um processo de renovação:
— A embaixada entrou em contato com meu gabinete dizendo que meu visto viria no masculino. Nós questionamos o motivo porque minha certidão de nascimento está no feminino. O governo americano alegou que vai por no masculino por eu ser uma pessoa trans. Além de discriminação e preconceito, é um país negando os documentos do Brasil.
Mais cedo, Hilton havia acionado o Itamaraty por transfobia. Ela iria palestrar no painel "Diversidade e Democracia" ao lado de outras autoridades brasileiras durante o "Brazil Conference at Harvard & MIT 2025" no sábado passado, 12 de abril.
Ao Globo, a deputada disse que estava pronta para a viagem quando o visto no gênero masculino chegou, e decidiu não ir.
A certidão de nascimento da parlamentar foi ratificado, e o passaporte da parlamentar atestam seu gênero como feminino. Em 2023, a embaixada havia emitido visto na identidade feminina.
Os Estados Unidos suspenderam a emissão de passaportes com gênero "X" para pessoas que se identificam como não binárias, no dia 25 de janeiro deste ano. O decreto foi assinado cinco após a posse.

