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Em meio à dificuldade de Lula com evangélicos, PT promove curso voltado ao segmento

Fundação Perseu Abramo lança em maio o 'Fé e Democracia para Evangélicos'

Lula em evento com evangélicos onde entregou carta com compromissos aos religiosos em São PauloLula em evento com evangélicos onde entregou carta com compromissos aos religiosos em São Paulo - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em meio à dificuldade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dialogar com o público evangélico, o Partido dos Trabalhadores (PT) faz um aceno de aproximação. Em maio, a Fundação Perseu Abramo, ligada à legenda, promoverá um curso voltado especificamente aos religiosos. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmada pelo Globo.

Batizado de "Fé e Democracia para Evangélicos e Evangélicas", o curso tem como objetivo capacitar filiados do partido para o diálogo com o segmento. Entre os participantes, estarão evangélicos filiados ao PT, como a deputada federal Benedita da Silva (RJ), além de lideranças religiosas.

O movimento ocorre em um dos momentos mais críticos da relação de Lula com os evangélicos. De acordo com a última pesquisa Datafolha, 49% desse público avalia o governo como "ruim" ou "péssimo", enquanto apenas 19% consideram a gestão "boa" ou "ótima".

A preocupação é reforçada pelo crescimento contínuo do segmento. Segundo projeções da Mar Asset Management, os evangélicos devem representar 36% da população brasileira já no próximo ano — um dado que acende alerta no Planalto, considerando a tendência do grupo de votar majoritariamente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições.

Desde o início do mandato, Lula tem buscado aproximações com os evangélicos, ainda sem sucesso. Durante a tramitação da Reforma Tributária, por exemplo, articulou a inclusão de uma ampliação da imunidade tributária para organizações filantrópicas ligadas a templos religiosos.

Apesar dos esforços, a forte influência da direita nas igrejas tem sido mais eficaz, alimentando discursos de que o governo Lula seria contrário aos valores evangélicos. Em resposta, o presidente passou a abordar com mais frequência temas como prosperidade — conceito fortemente associado ao neopentecostalismo — em suas declarações públicas.

Como parte da estratégia, o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, prepara o lançamento do programa "Prospera Brasil", voltado a iniciativas de empreendedorismo, uma pauta que ressoa entre o público evangélico.

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