Gleisi se reuniu com Rueda para ter aval a novo ministro do Turismo
Presidente do União Brasil foi comunicado de decisão e teria reconhecido proximidade de ala do partido com o governo
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se reuniu com o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, para ter o aval do dirigente para a nomeação do novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, que é filiado ao partido, segundo integrantes do governo.
O acerto para a entrada de Feliciano, que é filho do deputado Damião Feliciano (União-PB), no governo foi feito pelo líder do União Brasil, Pedro Lucas (MA) e pelo ex-ministro e deputado Juscelino Filho (MA). Depois da conclusão da negociação dos parlamentares com o Planalto, Gleisi esteve com Rueda para que o dirigente dissesse que não tinha nada contra a indicação.
O presidente do União Brasil também teria reconhecido na conversa saber que a ala do União, da qual Gustavo Feliciano faz parte, tem compromisso com o governo. Lula espera contar com o apoio de cerca de 25 dos 59 deputados da legenda em seu projeto de reeleição no ano que vem.
Leia também
• Líder do governo no Senado contradiz Gleisi e reconhece acordo a favor de projeto da dosimetria
• Lula anuncia saída de Sabino, expulso do União Brasil, do Ministério do Turismo
• Não há negociação ou acordo no Senado envolvendo PL da Dosimetria, diz Gleisi no X
Um desentendimento entre Rueda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto, levou o União a exigir a saída de seus representantes do governo. Em reunião ministerial em agosto, o petista disse acreditar que não contará com o apoio do União em 2026 e admitiu não ter afinidade pessoal com Rueda.
Lula estava irritado com críticas feitas pelo dirigente dias antes em ato de anúncio da federação do partido com o PP. No começo de setembro, as duas legendas anunciaram que seus quadros deveriam deixar os postos na gestão petista.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, se recusou a sair e foi expulso do União Brasil. Nesta quarta-feira, após o anúncio de sua saída, Sabino demonstrou, em conversas com aliados, irritação com a cúpula do partido e, sobretudo, Rueda. Isso porque ele foi expulso da sigla por estar no governo, e, agora, o presidente da sigla estaria avalizando a entrada de um novo representante da legenda no governo.
A participação de Rueda não significa um apoio do dirigente a Lula – ele vinha atuando para construir uma candidatura da centro-direita para fazer frente ao petista em 2026. Mas até mesmo aliados dele afirmam que é uma sinalização de que há espaço para uma aproximação do dirigente com o petista.
A interlocutores, Rueda nega envolvimento nesse processo. Segundo relatos, Damião Feliciano procurou dirigentes partidários, inclusive o presidente da sigla, para questionar se haveria algum veto ou retaliação a ele pela indicação do filho ao ministério. O deputado teria escutado que não haveria nenhum movimento nesse sentido.

