Messias diz que vai demonstrar ao Senado requisitos constitucionais necessários, após indicação
Advogado-geral deve buscar apoios no Congresso após indicação para a vaga de Luís Roberto Barroso
O advogado-geral da União, Jorge Messias, se pronunciou nesta quarta-feira após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Messias disse que recebo "com honra" a indicação e agradeceu a "confiança"em seu nome. "Uma vez aprovado pelo Senado, comprometo-me a retribuir essa confiança com dedicação, integridade e zelo institucional", disse ele nas redes sociais.
O indicado afirmou que "com fé e humildade confiadas às Senadoras e aos Senadores da República, buscarei demonstrar o atendimento aos requisitos constitucionais necessários ao exercício desta elevada missão de Estado".
"Reafirmo meu compromisso com a Constituição da República, com o Estado Democrático de Direito e com a Justiça brasileira, em especial, com os relevantes deveres e responsabilidades da Magistratura nacional", disse.
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Lula escolheu Messias para ocupar a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso, consolidando a estratégia de priorizar nomes de alta confiança para o Supremo — a exemplo de Cristiano Zanin e Flávio Dino, os outros dois ministros indicados neste mandato.
A decisão também representa um gesto ao eleitorado evangélico, segmento no qual o presidente enfrenta maior resistência. Messias frequenta a Igreja Batista Cristã em Brasília e vem atuando como principal interlocutor do governo com lideranças religiosas.
A indicação ocorre num momento de atenção redobrada no Senado, após a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter sido aprovada por margem estreita — apenas quatro votos acima do mínimo permitido.
O episódio acendeu alertas no Planalto e levou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a intensificar articulações para evitar novos desgastes.
Apesar disso, a avaliação no governo é de que Messias deve enfrentar menos resistência na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para assumir a vaga, ele precisará obter ao menos 41 votos no plenário do Senado.
Apadrinhado politicamente pela ex-presidente Dilma Rousseff, Messias se aproximou de Lula durante o terceiro mandato e se tornou, desde o início da disputa, o favorito para ocupar o posto.
À frente da AGU, passou a coordenar as principais estratégias jurídicas do governo e se tornou um dos principais interlocutores do presidente no STF, com trânsito entre os 11 ministros.
Agora, com a indicação formalizada, Messias inicia a rodada de conversas com senadores para buscar apoios antes da sabatina.

