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Lindbergh responde Hugo Motta e diz que presidente da Câmara tem agido na surdina

Chefe da casa legislativa havia anunciado mais cedo rompimento com o líder do PT na Câmara

Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara dos Deputados, afirmou que o que chamou de "crise de confiança" entre o deputado e o governo "tem mais a ver com as escolhas" que ele tem feitoLindbergh Farias, líder do PT na Câmara dos Deputados, afirmou que o que chamou de "crise de confiança" entre o deputado e o governo "tem mais a ver com as escolhas" que ele tem feito - Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), respondeu declarações de Hugo Motta e disse que o presidente da Casa tem agido na surdina e de forma errática na tramitação de propostas no Legislativo.

Em uma rede social, ele afirmou que o que chamou de "crise de confiança" entre o deputado e o governo "tem mais a ver com as escolhas" que ele tem feito.

“Se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito. Ele que assuma as responsabilidades por suas ações e não venha debitar isso na minha atuação como líder da Bancada do PT”, publicou Lindbergh.

Mais cedo, Motta afirmou ter rompido relações com o líder do PT. A relação já vinha arranhada após episódios recentes, como a tensão em torno do PL Antifacção, cuja relatoria Motta entregou à oposição. Integrantes da Mesa Diretora relatam, porém, que a crise escalou nas últimas semanas.

Segundo pessoas próximas ao presidente da Câmara, Motta considera que o líder do PT na Câmara atua de forma errática, não entrega votações prometidas e tenta atribuir à presidência da Casa (leia-se, Motta) responsabilidades que são da própria articulação do Planalto.

O estremecimento da relação de Motta com o líder do PT na Câmara ocorre no mesmo momento em que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-PB), selou o afastamento com o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), após a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Interlocutores do presidente da Casa afirmam que a crise não é relacionada diretamente ao nome escolhido, mas à forma como o processo foi conduzido, quando a preferência declarada de boa parte do Senado era por Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo aliados, Alcolumbre descreve internamente um “ponto de virada” na relação com o Planalto: haveria “um Davi antes e um Davi depois” da escolha e que o rompimento com Jaques “é definitivo, pessoal e institucional”

Os rompimentos da cúpula do Congresso com dois dos principais articuladores do Planalto ocorrem em momento extremamente sensível para o Executivo. O governo ainda não conseguiu votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) — etapa necessária para avançar no Orçamento de 2026 — e terá de negociar simultaneamente outros projetos de impacto fiscal e político.

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