Lula diz que uso de tornozeleira por Bolsonaro é "questão da Justiça": "Não me meto nisso"
Foi a primeira vez que o presidente falou sobre as medidas cumpridas contra Bolsonaro. Orientação do Palácio do Planalto é de que o governo e o petista não tratem do tema
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a medida cautelar que determinou o uso de tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro é "um problema da Justiça" e que ele não iria dar "palpite" a respeito.
— É um problema da Justiça. Eu não vou dar palpite sobre a questão da justiça. Ele está sendo julgado, está sendo denunciado, ele pode ser absolvido, ele pode ser culpado. É um problema da justiça. Eu não me meto nisso — disse Lula ao ser questionado sobre a situação de Bolsonaro. O presidente respondeu perguntas de jornalistas em Santiago antes de embarcar de volta para Brasília, nesta segunda-feira.
Na última sexta-feira, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal e passou a usar tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-presidente está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, e de se aproximar de embaixadas, e não pode utilizar redes sociais. Bolsonaro também está proibido de falar com Eduardo Bolsonaro.
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O filho do ex-presidente, que está nos Estados Unidos capitaneando o movimento junto à gestão Donald Trump pela anistia e pela punição de ministros do STF, é alvo de investigação.
Essa foi a primeira vez que Lula falou sobre as medidas cumpridas contra Bolsonaro. A orientação do Palácio do Planalto é de que o governo e o presidente não tratem do tema.
Na avaliação de auxiliares próximos ao presidente, não cabe ao governo se manifestar sobre a operação da PF contra Jair Bolsonaro, por se tratar de um caso que vem sendo tratado no âmbito judicial.
Lula foi ao Chile para um encontro de alto nível para tratar sobre democracia. Essa foi a segunda reunião de uma iniciativa em defesa da democracia e contra os extremismos, lançada no ano passado em conjunto por Brasil e Espanha. Além de Lula, participaram da reunião nesta segunda-feira o anfitrão, Gabriel Boric, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, e os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Uruguai, Yamandú Orsi.

