Ministros do STF veem pronunciamento de Moraes contra tentativa de interferência como "necessário"
Sem citar diretamente, relator da ação penal da trama golpista criticou ofensiva dos Estados Unidos para pressionar ministros
Ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliaram como "necessárias" as declarações do relator da ação da trama golpista, Alexandre de Moraes, no início do julgamento desta terça-feira. Antes de apresentar o relatório do caso, o magistrado criticou o que chamou de tentativas externa de interferir no processo e disse que a "soberania nacional" jamais será "vilipendiada, negociada ou extorquida".
Um ministro que integra a Primeira Turma avalia que a fala de Moraes foi "boa e sóbria". O pronunciamento, que durou cerca de 40 minutos, já era aguardado pelos integrantes do colegiado em virtude da dimensão histórica do julgamento que começou nesta terça-feira.
Moraes é o relator da ação penal que pode responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Diante da ofensiva de aliados do ex-presidente por uma anistia, Moraes destacou destacou que a "impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação".
— A História nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação. Pois o caminho aparentemente mais fácil, e só aparentemente, que é da impunidade, que é da omissão, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade.
O ministro acrescentou que a impunidade pode levar ao um incentivo de outras tentativas de golpe:
— Confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, significa impunidade e desrespeito à Constituição federal e mais, significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado".

