Sáb, 06 de Dezembro

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VETOS

Oposição se junta ao Centrão na Câmara e a MDB, PSD e União no Senado para derrubar vetos

No Senado, União Brasil, partido de Alcolumbre, não deu nenhum voto favorável ao governo

Todos os votos do União Brasil, partido de Alcolumbre, no Senado, foram contra o governo, o mesmo com o PPTodos os votos do União Brasil, partido de Alcolumbre, no Senado, foram contra o governo, o mesmo com o PP - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A derrota imposta ao governo durante a sessão do Congresso Nacional que apreciou vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contou mais uma vez com uma união entre os partidos de oposição e do Centrão para constranger o governo em meio a nova crise deflagrada com os parlamentares nas últimas semanas.

Um levantamento feito pelo Globo dos votos da sessão desta quinta-feira revela que até mesmo no Senado, que vinha sendo um ambiente mais favorável ao governo, houve uma postura unificada contra o Palácio do Planalto.

Em uma única sessão conjunta, os congressistas rejeitaram vetos ao Propag e também a dispositivos do licenciamento ambiental. No licenciamento ambiental, o Congresso manteve parte dos vetos do governo, mas derrubou os pontos mais sensíveis para a equipe ambiental. No caso do Propag, o plenário rejeitou trechos estratégicos e ainda destacou uma quantidade expressiva de dispositivos para análise separada, ampliando o desgaste.

De acordo com o levantamento do Globo, com base nas 24 votações realizadas até este momento, siglas do Centrão com espaço nos ministérios deram menos de 1/4 dos seus votos a favor do governo.

O PSD, por exemplo, na Câmara, votou com o governo em apenas 22% dos seus votos. O apoio do União foi ainda menor, de 22%. E o PP, de 13%.

No Senado, entretanto, a situação não foi muito diferente. Todos os votos do União Brasil, partido de Alcolumbre, no Senado, foram contra o governo, o mesmo com o PP.

A composição das bancadas no Senado e a proximidade com o governo é diferente da Câmara mesmo considerados o mesmo partido. Mas Alcolumbre, por exemplo, que era visto como um dos fiadores políticos do Palácio no Congresso Nacional, votou para derrubar todos os vetos.

Mesmo em partidos mais simpáticos ao governo no Senado, como o MDB, apenas 12% dos votos foram favoráveis ao governo. No PSD, outra sigla com senadores mais simpáticos ao governo, o índice de apoio ficou em 30%.

A ofensiva ocorreu em um ambiente já deteriorado. Na véspera, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não compareceram à cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. A ausência, lida como recado institucional, abriu caminho para uma sessão na qual o governo não conseguiu organizar defesa efetiva.

A situação se deteriorou no Senado também após o presidente Lula insistir em encaminhar o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, para apreciação do Senado como substituto de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal ( STF). Alcolumbre defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco para a cadeira no Supremo. Antes da sessão, Alcolumbre negou que a votação seja uma resposta ao governo.

— O Parlamento não pode se furtar às suas responsabilidades constitucionais — afirmou.

Veja como votou cada partido na Câmara dos Deputados e no Senado Federal:

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