PEC da Blindagem e PL da Anistia: quais os próximos passos dos projetos alvo de manifestação
Mais de 80 mil pessoas foram às ruas no Rio e em São Paulo para se manifestar contra os dois projetos
Alvos das manifestações deste último domingo, a PEC da Blindagem e o PL da Anistia devem ter novos capítulos nos próximos dias. Mais de 80 mil pessoas foram às ruas no Rio e em São Paulo para se manifestar contra os dois projetos. As manifestações, que também foram realizadas em todas as outras 25 capitais, tiveram como alvos parlamentares do Centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que apoiam as duas propostas.
A expectativa é que a PEC da Blindagem seja pautada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira, segundo o senador Otto Alencar, presidente da CCJ. Para seguir ao plenário da Casa, o projeto de emenda à Constituição deve antes passar pela comissão.
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Na última terça-feira, no entanto, Alencar disse que a PEC da Blindagem não deverá ser aprovada no Senado:
— Já recebi apelo aqui de quatro dezenas de senadores que querem enterrar a PEC. Eu também quero. Desde o início eu disse que essa proposta tem que ser sepultada no Senado. Quando tantos senadores se manifestam assim, essa matéria não pode prosperar, até porque os gestores dela, os deputados, já estão arrependidos. Considero que essa matéria está completamente fora de sintonia com o povo brasileiro — disse.
Relator do PL da Anistia, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade) deve apresentar o relatório sobre o projeto também nesta quarta-feira, após ouvir deputados governistas e da oposição para a construção do texto. O texto deverá ser reformulado para tratar da redução da penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A expectativa é que a votação ocorra no mesmo dia.
Para o relator, a maior dificuldade para elaborar o relatório é a pressão de vários partidos para que a redução de pena acabe beneficiando totalmente Bolsonaro, livrando-o da prisão.
—Eu já avisei que não vou conseguir fazer isso. Quem pode ajudar Bolsonaro são os advogados dele, e não eu — disse Paulinho.

