PF apura fraudes em licitação e faz buscas em gabinete de deputado Júnior Mano na Câmara
Polícia também faz busca e apreensão no apartamento funcional do parlamentar, em Brasília, e em sua casa, no Ceará
A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira mandado de busca e apreensão na Câmara dos Deputados, no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). A polícia também realiza buscas no apartamento funcional do parlamentar, em Brasília, e em sua residência, no Ceará. A ação faz parte de investigação que apura a atuação de uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de fraudes em processos licitatórios e contratuais.
A polícia cumpre no total 15 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, em Fortaleza e em outras quatro cidades do Ceará. A operação é intitulada Underhand, e conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
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Conforme a polícia, "o núcleo investigado é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo".
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. As condutas, segundo a PF, envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.
Em fevereiro, o ministro do STF Gilmar Mendes determinou que deveria tramitar na Corte uma investigação envolvendo suposto desvio de uma emenda parlamentar indicada pelo deputado Júnior Mano. Na mesma decisão, o ministro determinou que a PF apresentasse, em até 15 dias, um relatório parcial da apuração, com as provas já reunidas e as diligências pendentes.
A investigação começou na PF do Ceará, após uma denúncia da prefeitura de Canindé, um dos municípios nos quais a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão nesta terça-feira. O processo foi enviado ao STF, contudo, após surgirem indícios da participação de Júnior Mano. Em parecer, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a manutenção do caso na Corte.

