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Eleições 2026

PT anuncia apoio a candidato do PDT no PR em aliança contra Moro e Ratinho Jr

Composição por candidatura de Requião Filho também inclui indicação de aliado da ministra Gleisi Hoffmann para o Senado; vaga final na chapa majoritária ainda está em aberto

Da esquerda para a direita: Requião Filho, Arilson Chiorato e Enio Verri Da esquerda para a direita: Requião Filho, Arilson Chiorato e Enio Verri  - Foto: Reprodução/Redes sociais

Representantes do diretório estadual do PT no Paraná anunciaram o apoio à candidatura do deputado estadual Requião Filho (PDT) para a construção de uma aliança contra o senador Sergio Moro (União), que está na liderança das pesquisas, e o governador Ratinho Júnior (PSD), que deverá indicar um sucessor.

A costura também inclui o presidente da Itaipu Binacional, Enio Verri (PT), aliado da ministra Gleisi Hoffmann que chegou a ser cotado internamente para concorrer ao governo do estado, mas que deverá disputar o Senado.

O apoio foi anunciado nas redes sociais na tarde de ontem, após um encontro entre Requião, Enio e o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa Arilson Chiorato (PT), mas vinha sendo discutido desde o encontro estadual do PT em setembro. A decisão também foi apresentada em uma reunião em Brasília e obteve o aval tanto de Edinho Silva, que comanda o diretório nacional do PT, quanto do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que preside o PDT.

— Não será uma candidatura petista, mas sim pedetista e que tem buscado conversar com outros partidos. Desde que coloquei a minha candidatura, eu já cheguei a 29% das intenções de voto nas pesquisas, então a federação do PT reconheceu a minha candidatura como viável e ofereceu apoio, algo que não se nega a ninguém — disse Requião ao Globo.

A composição também marca a retomada do diálogo entre Requião e o PT. No início deste ano, ele seguiu o caminho do pai, o ex-governador Roberto Requião, e saiu da sigla, após ser autorizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) a deixar a legenda fora da janela partidária sem perder o mandato. Segundo o deputado, a escolha foi motivada por divergências com o comando nacional. Ao chegar no PDT, assumiu o comando do diretório estadual e passou a ser cotado para disputar o governo estadual, dividindo inicialmente a atenção da esquerda no estado com Verri, que teve a viabilidade analisada pelo PT.

Em setembro, após Requião ter sido deixado de fora da pesquisa de intenção de voto conduzida pela Genial/Quaest, que testou apenas o nome de Verri, o PDT enviou ao instituto de pesquisas um ofício que dizia que a exclusão gerava uma “distorção no diagnóstico do atual cenário eleitoral e, consequentemente, na avaliação dos eleitores paranaenses”. Após o atrito, no entanto, representantes das duas siglas optaram por formar uma aliança "contrária ao lavajatismo, ao bolsonarismo e ao 'ratinhismo", explica Chiorato.

— A gente fez uma decisão programática e pragmática com essa escolha do PT, porque os nossos adversários são os mesmos. Queremos impedir que o Moro ganhe e que o projeto do Ratinho Júnior continue. As nossas diferenças são menores que isso — ele afirma ao GLOBO.

A costura também determinou a indicação de Enio para uma das vagas em disputa ao Senado. A segunda posição será colocada à disposição para outros partidos da federação com o PT, disponibilizada para siglas aliadas, como o Avante ou PSB, ou entregue ao deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR).

Do outro lado da disputa, Moro ainda busca se colocar como pré-candidato, mesmo após o anúncio de que o PP, federado ao União Brasil, não homologará a candidatura dele ao governo do estado. Em meio à indefinição de sua situação partidária em 2026, partidos como o PRTB e a Missão, sigla ligada a militantes do Movimento Brasil Livre (MBL), tentam atrair o ex-juiz da Lava Jato.

Em paralelo, Ratinho Júnior também deverá escolher quem ocupará o lugar de seu sucessor na corrida pelo comando do estado em 2026. À sua disposição, colocam-se três nomes do PSD, que incluem o secretário das Cidades, Guto Silva, que teria a preferência pela proximidade com o mandatário. Além dele, também são cotados o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi, e o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, já cortejados para o lançamento de chapas por outros partidos.

Entre os cotados, Guto Silva é visto como a escolha provável do governador. Ao longo dos dois mandatos de Ratinho, exerceu o comando da Casa Civil e da Secretaria de Planejamento. Atualmente, está à frente da pasta Cidades, considerada estratégica para a articulação junto a prefeitos por abarcar investimentos em infraestrutura nos municípios. A indicação do seu nome, no entanto, enfrenta resistências dentro de partidos da base do governo, que argumentam que ele tem pontuado abaixo de Curi e Greca em pesquisas de intenções de voto realizadas até o momento. Os dois tem a preferência do PP, que tem nos planos o lançamento de uma chapa conjunta ao Republicanos.

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