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Quem é Jackson Villar, organizador de motociatas que rompeu com Bolsonaro

Na última semana, empresário postou foto com, Gleisi Hoffmann e convidou Lula e Alckmin para evento que pretende organizar em 2024

Jackson Vilar postou foto com a presidente do PT, Gleisi HoffmannJackson Vilar postou foto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann - Foto: Reprodução

Jackson Vilar, organizador de motociatas com Jair Bolsonaro em São Paulo, rompeu com o ex-presidente e agora quer organizar um passeio de moto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. O empresário, no entanto, foi um bolsonarista convicto por quase todo o mandato do antigo mandatário e chegou a tentar disputar a uma vaga de deputado federal em 2022, embalado pela popularidade com os apoiadores do ex-presidente.

Dono de um loja de móveis em São Paulo, Capão Redondo, ele se apresenta como embaixador do comércio da Zona Sul da capital paulista. Durante a pandemia, chegou a receber R$ 5.700 - em pelo menos quinze parcelas - de auxílio emergencial do governo federal entre abril de 2020 e outubro de 2021, segundo o Portal da Transparência.

Nas redes sociais, se posicionava a favor da ditadura militar e, em 2021, publicou uma mensagem comemorando o golpe. " Salve o dia 31 de março de 1964, o dia em que o Brasil disse não ao comunismo", escreveu. Menos de três meses após esta publicação, organizou a primeira edição da "Acelera para Cristo", que descreve como "a maior motociata do mundo em SP".

No auge do apoio a Bolsonaro, Vilar tinha uma conta no Instagram com 53 mil seguidores. Ele a apagou e criou outra, que tem hoje mais de 9 mil seguidores. A frustração com Bolsonaro começou quando o ex-presidente atribuiu ao "calor do momento" os xingamentos e ameaças que fez contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes em ato no dia 7 de setembro. À época, Vilar ri chegou a chamar o ex-ídolo de "traidor".

"Não acredito em Bolsonaro mais. Podem me chamar de traidor, do que você quiser, canalha. Traidor que quer andar de helicóptero para sobrevoar vendo a gente. Vou queimar minha camisa com o nome Bolsonaro. Você não merece respeito, Bolsonaro. Você traiu os motociclistas, os caminhoneiros. Você traiu o seu povo porque você é um frouxo, covarde. Bolsonaro, te apoiei até hoje e a partir de agora quero que você vá à merda" disse Vilar em vídeo que postou na época.

Os ataques foram seguidos de um pedido de desculpas, no qual diz que não serve para estar do lado do presidente e que vai seguir a vida longe da política. No dia primeiro de abril, anunciou sua pré-candidatura junto à ex-minstra Damares Alves e ao ex- ministro Tarcísio de Freitas. Em 2018, ele foi candidato a deputado federal pelo PROS, mas não se elegeu. Em 2022, pelo Republicanos, teve sua candidatura indeferida.

Na última semana, Vilar debochou da declaração da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), segundo quem seu marido Aginaldo Oliveira seria um "homem negro", publicou um vídeo elogioso a Lula e chamou o pastor Silas Malafaia de "bajulador do falso messias", em referência a Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias.

Ao Globo, Vilar afirmou que enviou um e-mail para a Presidência da República convidando Lula e Alckmin para a motociata que ele pretende organizar em 2024. O empresário diz que o evento não tem vínculo partidário e que deixou de apoiar Bolsonaro por conta das "mentiras dele".

"A verdade está aparecendo. Bolsonaro nunca foi cristão. Enganou a todos, principalmente os evangélicos. Mas agora estão acordando" declarou.

Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten compartilhou neste domingo um vídeo em que Vilar aparece numa foto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atribuindo a virada de posição a "oportunismo". Wajngarten escreveu: "inacreditável. Bom para a gente aprender também", referindo-se a escolher melhor de quem se aproximar. A peça traz a imagem de um capacete com a estrela do PT e o 13, número de urna da sigla.

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