Sáb, 06 de Dezembro

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Rui Costa critica Tarcísio por defesa de indulto a Bolsonaro e defende punição na trama golpista

O STF começou a julgar nesta terça-feira Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe após as eleições de 2022

O ministro da Casa Civil, Rui Costa O ministro da Casa Civil, Rui Costa  - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus do núcleo central da suposta trama golpista em 2022 não podem ficar impunes. Ele também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por declarar que irá conceder indulto a Bolsonaro caso seja eleito presidente.

O Supremo Tribunal Federal começou a julgar, nesta terça-feira, Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe para impedir a vitória de Lula nas eleições de 2022.

— O Judiciário fez um processo de investigação. Pessoas que trabalhavam com Bolsonaro deram depoimento, tem provas (...) Tramar a morte de um presidente eleito e um vice, e preparar a morte de um ministro do STF e ficar impune… As pessoas, na medida em que tem prova disso, tem que julgar e dar a pena que corresponda à responsabilidade que ele teve nessa tentativa de crime. Não é possível que isso fique impune — disse Rui em entrevista à rádio Valença FM.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, Bolsonaro liderou uma tentativa de ruptura democrática após ser derrotado na tentativa de reeleição em 2022. De acordo com a PGR, houve um complô para reverter o resultado do pleito e manter o ex-presidente no poder.

Rui Costa também reagiu às declarações de Tarcísio, que afirmou não confiar na Justiça e prometeu anistiar Bolsonaro se eleito presidente no próximo ano. O ministro declarou que o próprio governador só chegou ao cargo graças à Justiça Eleitoral.

 

— É lamentável ver um governador que foi empossado pela Justiça dizer que não crê na Justiça. Se não há Justiça, vale tudo. Ele, por exemplo, não seria governador de São Paulo se não houvesse Justiça, até porque quem promulga o resultado da eleição é a Justiça Eleitoral — disse.

Na sexta, Tarcísio declarou, em entrevista ao Diário do Grande ABC, que seu primeiro ato como presidente da República seria conceder indulto a Bolsonaro. O governador também disse não confiar na Justiça e afirmou não ver elementos para a condenação do ex-presidente.

— Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado — disse o governador na ocasião, ao ser questionado se anistiaria Bolsonaro caso fosse eleito presidente. — Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto.

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