Lula já indicou cinco ministros do STF da atual composição; veja quem são
Três nomes foram escolhidos pelo presidente no atual mandato
Caso o novo escolhido seja aprovado pelo Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará a ter cinco indicados entre os 11 ministros da atual composição do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula indicou o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
Só neste atual terceiro mandato, além da atual indicação, Flávio Dino, ex-ministro da Justiça, e Cristiano Zanin, seu advogado durante a Operação Lava-Jato, também chegaram à Corte pelas mãos de Lula.
Completam a lista Cármen Lúcia, indicada em 2006, durante o primeiro mandato, e Dias Toffoli, em 2009, no segundo governo.
Em 2018, quando o STF negou um habeas corpus preventivo e abriu caminho para que Lula fosse preso por 580 dias por causa da condenação no caso do tríplex do Guarujá, Cármen Lúcia votou contra o líder petista.
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Já Toffoli viu a sua relação com Lula ser abalada depois de dificultar a ida do petista ao enterro de seu irmão Genival da Silva, o Vavá, enquanto estava preso em Curitiba, em 2019.
O ministro do STF não impediu que Lula fosse ao encontro de sua família, mas limitou o acesso do petista ao local. A demora em proferir essa decisão acabou fazendo com que o presidente perdesse a cerimônia.
Cármen Lúcia
Sucessor de FH na Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva é o presidente eleito democraticamente que mais indicou nomes ao STF: foram onze, incluindo a mais recente escolha de Jorge Messias.
Desses, estão na atual composição da Corte quatro ministros, por ordem de indicação: Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Cármen Lúcia foi indicada por Lula em maio de 2006, no primeiro ano do segundo mandado do petista. Ela foi a segunda mulher a ocupar vaga no STF (a primeira foi Ellen Gracie, nomeada por Fernando Henrique Cardoso) e entrou no posto após a aposentadoria do ministro Nelson Jobim.
Cármen presidiu a Corte entre 2016 e 2018, período em que assumiu interinamente a Presidência da República em cinco ocasiões. Mineira, Cármen foi a procuradora do Estado de Minas Gerais por 24 anos. Na gestão de Itamar Franco como governador, assumiu o posto de procuradora-geral.
Ela é parente distante de José Paulo Sepúlveda Pertence, quem teria recomendado seu nome a Lula. Além de ter já ter atuado como advogada, a ministra é professora da PUC de Minas Gerais.
Dias Toffoli
José Antonio Dias Toffoli foi indicado ao cargo em setembro de 2009, após a morte do então ministro Menezes Direito.
À época, Toffoli era advogado-geral da União. Já no STF, o ministro foi o autor da decisão que inviabilizou a ida de Lula ao enterro do irmão, Vavá, em janeiro de 2019, quando o petista estava preso. Toffoli deu o despacho horas antes da cerimônia, permitindo que Lula encontrasse os familiares apenas num quartel em São Paulo, mas não no velório.
Além disso, Toffoli presidiu o STF de 2018 a 2020, quando ensaiou uma aproximação com Jair Bolsonaro. Após racharem durante a Lava-Jato, Lula e o ministro ensaiaram uma reaproximação em meio a decisões do magistrado que atingiram a operação.
Cristiano Zanin
Zanin foi advogado de Lula na Operação Lava-Jato e conseguiu reverter as condenações contra o ex-presidente. Foi indicado aos 47 anos, em junho de 2023, após a aposentadoria do então ministro do STF e hoje ministro da Justiça Ricardo Lewandowski.
Formado pela PUC-SP, foi o autor do pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021 que resultou na anulação das condenações de Lula, após a Corte ter reconhecido incompetência e parcialidade do então juiz Sergio Moro.
A anulação das sentenças restaurou os direitos políticos de Lula — que ficou preso por 580 dias —, e possibilitou a candidatura do petista nas eleições de 2022.
Flávio Dino
Então ministro da Justiça, Flávio Dino foi indicado ao STF em novembro de 2023, após a aposentadoria da então ministra Rosa Weber. Dino foi juiz federal por 12 anos, secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça e presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Ingressou na política nos anos 2000, tendo sido eleito deputado federal pelo PC do B em 2006. Foi presidente da Embratur entre 2011 e 2014, mesmo ano em que se elegeu ao governo do Maranhão. Em 2022, já no PSB, foi eleito senador pelo Maranhão, mas licenciou-se do cargo para assumir a pasta da Justiça no terceiro mandato de Lula.
Sua gestão lidou com os ataques do 8 de Janeiro. Dino deu uma série de decisões exigindo transparências em emendas parlamentares, o que provocou mudanças na maneira como a alocação de recursos é informada e gerou estremecimentos com parlamentares.
Além dos cinco ministros escolhidos por Lula, o Supremo tem dois ministros indicados por Jair Bolsonaro (André Mendonça e Nunes Marques), dois por Dilma Rousseff (Edson Fachin e Luiz Fux), um por Michel Temer (Alexandre de Moraes) e um por Fernando Henrique Cardoso (Gilmar Mendes).

