Sáb, 06 de Dezembro

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"Tarcísio só vem para o PL se Bolsonaro o apoiar para a Presidência", diz Valdemar

Presidente do PL nega que Eduardo Bolsonaro tenha participado de articulações pelo tarifaço de Trump aos produtos brasileiros

Valdemar Costa NetoValdemar Costa Neto - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quarta-feira que uma eventual ida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o partido está condicionada ao possível apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência no ano que vem.

Em entrevista à Globonews, Valdemar afirmou que a escolha do nome do PL para a presidência em 2026 dependerá exclusivamente da escolha do ex-mandatário. Ele disse não descartar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a corrida ao Planalto, mas disse que hoje Tarcísio trabalha ativamente pela anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

— O Tarcísio só vem para o PL, se Bolsonaro o apoiar para a Presidência. E apoiaremos quem ele (Bolsonaro) apoiar. Tarcísio tem trabalhado, tem ajudado dentro do Republicanos, para a anistia. Isso não é uma condicionante para apoio a ele como candidato. Posso falar que apoiarei quem Bolsonaro apoiar para a Presidência, mesmo que seja o Eduardo Bolsonaro — disse Valdemar.

De acordo com o dirigente do PL, um eventual projeto de anistia poderá contemplar Bolsonaro, em caso de confirmação de condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista.

— Estamos discutindo ainda (o texto na anistia). Bolsonaro era para estar sendo julgado em primeira instância. Vamos tentar (incluí-lo) depois. Não podemos fazer uma anistia para ele, se Bolsonaro ainda não foi condenado. Temos o entendimento que todos devem ter um segundo julgamento. Anistia é para isto — completou.

Valdemar também negou que o deputado Eduardo Bolsonaro tenha participado das negociações pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estado Unidos aos produtos brasileiros. Em julho, entretanto, o parlamentar afirmou, em uma carta assinada junto ao economista Paulo Figueiredo e lida em vídeo postado nas redes sociais, que a decisão teria derivado da articulação feita por ambos nos EUA.

— Nos últimos meses, temos mantido intenso diálogo com autoridades do presidente Trump, sempre com o objetivo de apresentar com precisão e documentos a realidade que o Brasil vive hoje. A carta do presidente Donald Trump apenas confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade — afirmou.

Valdemar nega a possibilidade de articulação encabeçada por Eduardo, diz ser contra as tarifas e não acreditar que a medida terá impactos para a direita nas eleições do ano que vem.

— A embaixada americana tem mais informações sobre o Brasil do que imaginamos. Donald Trump gosta de Bolsonaro e está tomando providências. O governo Lula tem que usar o Ministério das Relações Exteriores e negociar com os Estados Unidos. O Eduardo não participou disso, ele está fora do Brasil para defender Bolsonaro. Acredito que isto seja uma decisão do Trump para fazer o Brasil negociar. Eduardo não participou, ele está lá para proteger o pai dele. As tarifas não serão um estrago para o ano que vem. Eu não concordo com o tarifaço, acho que o governo brasileiro precisa ter uma relação próxima com os Estados Unidos — completou.

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