Sex, 05 de Dezembro

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Política

Tebet fala sobre troca de domicílio eleitoral para ser candidata por SP: "Meu estado é o MS"

No Senado, ministra a revisão de subsídios para preservar o equilíbrio fiscal

Simone Tebet na Comissão de Assuntos Econômicos do SenadoSimone Tebet na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado - Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, evitou comentar a possibilidade de transferência do seu domicílio eleitoral para São Paulo para ser candidata ao Senado em 2026. A ideia agradaria a alas do PT e teria a anuência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca um palanque sólido no estado comandado por Tarcísio de Freitas (Republicano), que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Tebet disse que só falaria sobre a corrida eleitoral no ano que vem, mas foi lembrada que, caso queira se candidatar ao Senado por São Paulo, precisaria transferir o seu título até outubro.

— Temos temas mais importantes para conversar neste momento, pautas de interesse do Congresso, cuidado com o orçamento. Só pretendo falar sobre eleição em 2026, as faço questão de lembrar: o meu estado chama-se Mato Grosso do Sul — afirmou ao deixar o Congresso nesta terça-feira (19), onde participou de uma sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

No encontro, ela defendeu a revisão de subsídios para preservar o equilíbrio fiscal. Em sua fala, Tebet disse ainda que um corte tributário de R$ 20 bilhões ficaria "aquém do necessário" para o governo.

A ministra disse que o recálculo dos incentivos fiscais não pode ser encarado como "tabu" e citou números recentes: de acordo com ela, os subsídios atingiram R$ 678 bilhões, ou 5,78% do PIB. Apesar de representar uma queda em relação aos números de 2022 e 2023, quando o percentual em relação ao PIB girou em torno de 6,1%, Tebet acredita ser necessário um corte maior, embora defenda que os incentivos tributários previstos na Constituição devem ficar de fora da conta. 

— Nós estamos fazendo o dever de casa, mas está sendo insuficiente. Falar em revisão de gastos é cuidar bem do dinheiro do povo brasileiro. Não é algo nefasto, é responsabilidade fiscal. É preciso diferenciar os subsídios horizontais — que perderam relevância com o tempo e hoje beneficiam lobbies privados – dos verticais, como o Super Simples, que deve ser preservado, mas revisado para evitar fraudes e uso indevido - afirmou durante a sessão da CAE.

Sobre o corte de R$ 20 bilhões previsto no plano do governo para cortar benefícios tributários e gerar uma arrecadação adicional em 2026, Tebet definiu como "insuficiente". A ministra afirmou que o orçamento de 2026 será encaminhado ao Congresso até o próximo dia 31. A meta fiscal projetada no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) permanece inalterada. Tebet afirmou que o governo federal mantém a previsão de superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo exercício.

A ministra também pregou a divisão das responsabilidades para alcançar as metas fiscais. Tebet disse que é preciso tomar cuidado "com um judiciário assistencialista", ao dizer que o governo precisa dividir as responsabilidades para dar cumprimento ao arcabouço fiscal com o Congresso e o Judiciário.

— Sou a favor de um Judiciário garantista, mas precisamos tomar muito cuidado com um "judiciário assistencialista — completou.

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