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DECISÃO

Trama golpista: STF tem maioria para tornar réus militares suspeitos de planejar sequestro de Moraes

Primeira Turma da Corte analisa denúncia contra grupo formado por membros das Forças Armadas e policial federal

Primeira Turma do STFPrimeira Turma do STF - Foto: Rosinei Coutinho/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais 10 pessoas suspeitas de participarem de uma tentativa de golpe de Estado.

Fazem parte desse grupo, o chamado "núcleo 3", militares e um policial federal. Eles teriam atuado em "ações coercitivas", incluindo um plano de sequestro do ministro Alexandre de Moraes.

Por outro lado, a maioria defendeu a rejeição da acusação contra dois militares. É a primeira vez que o colegiado votou para rejeitar a denúncia contra algum dos denunciados pela PGR pela suposta tentativa de golpe de Estado.

A maioria foi formada após o voto do ministro Luiz Fux, que acompanhou o posicionamento do relator, ministro Alexandre de Moraes. Flávio Dino também votou pelo recebimento da denúncia.

Viraram réus Estevam Theophilo, que era comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), o policial federal Wladimir Soares, os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Bernardo Romão Correa Netto, Fabrício Moreira de Bastos, Márcio Nunes de Resende Júnior, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Ronald Ferreira de Araújo Junior.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Theophilo "aceitou coordenar o emprego das forças terrestres conforme as diretrizes do grupo".

Na semana passada, a Polícia Federal (PF) apresentou ao STF áudios nos quais Wladimir Soares afirma que estava "preparado para prender" o Moraes, que iria "matar meio mundo de gente" e que "não ia ter" a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A defesa de Soares chegou a pedir o adiamento do julgamento, mas Moraes, que é o relator, rejeitou o pedido, alegando que os áudios não fazem parte da denúncia que será analisada.

Segundo a PGR, Soares e os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo "lideraram ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas". Esse grupo teria sido responsável pelo plano chamado de Copa 2022, de monitoramento do ministro do STF.

Outros sete militares foram acusados de "promoveram ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe". O grupo teria pressionado o Alto Comando do Exército a aderir ao plano golpista.

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