Ter, 16 de Dezembro

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investigação

Violação da tornozeleira de Bolsonaro: o que já se sabe e o que falta descobrir

Ex-presidente admitiu tentativa de abrir equipamento, mas motivo e momento da ação não foram explicados

Bolsonaro reconheceu que tentou abrir tornozeleira com ferro de solda, diz relatório enviado ao STFBolsonaro reconheceu que tentou abrir tornozeleira com ferro de solda, diz relatório enviado ao STF - Foto: STF/Reprodução

A violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reconhecido pelo próprio, foi um dos motivos para a decretação de sua prisão preventiva, determinada no sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF). 

A agentes da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape), Bolsonaro relatou ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. O ex-presidente disse ter feito isso por "curiosidade". 

Ainda há dúvidas, no entanto, sobre a razão da atitude de Bolsonaro e do momento em que ela começou. Essas questões podem ser esclarecidas em uma manifestação que a defesa do ex-presidente terá que enviar ao STF.

Entenda a seguir o que já sabe e o que falta descobrir:

Danos

Um relatório enviado no sábado pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), vinculado à Seape, ao STF informa que "o equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Haviam marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case". 

O documento registra que o próprio Bolsonaro "informou que fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento". O órgão também enviou um vídeo, divulgado pelo STF, que mostra o tornozeleira queimada e que registra, ao fundo, o diálogo entre Bolsonaro e a diretora adjunta do Cime, Rita Gaio. 

— O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?

— Meti ferro quente aí. Curiosidade.

— Que ferro foi? Ferro de passar?

— Não, ferro de solda.

Momento

Ainda não foi esclarecido o momento exato em que a ação de Bolsonaro começou. O alerta de violação da tornozeleira foi gerado às 0h07m de sábado. Entretanto, em diálogo com agentes, o ex-presidente afirmou que começou a usar o ferro de solda ainda no horário da tarde. 

— Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair? — questionou Rita Gaio. 

— Lá pro final da tarde — respondeu Bolsonaro.

Motivo

Até agora, a única explicação para o episódio foi a "curiosidade" apontada por Bolsonaro. No sábado, Alexandre de Moraes deu prazo de 24h para a defesa do ex-presidente explicar o que ocorreu. 

"Dessa maneira, determino que a defesa de Jair Messias Bolsonaro manifeste-se, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre a violação do equipamento (“tornozeleira eletrônica”)", ordenou o ministro. 

No sábado, o advogado Paulo Cunha Bueno, que faz parte da equipe de defesa do ex-presidente, esteve na Superintendência da Polícia Federal (PF), onde ele está detido. Na saída, criticou a prisão, mas não quis comentar a violação da tornozeleira.

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