Cardiopatia hipertrófica: risco silencioso para praticantes de exercícios intensos
Especialista alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce
Embora o risco de morte súbita por cardiomiopatia hipertrófica (CMH) durante atividades físicas possa ocorrer em não atletas, a CMH é uma das principais causas de morte súbita em atletas com menos de 35 anos, por isso a maior parte dos estudos são feitos nesses indivíduos, por se exporem a treinamentos mais intensos, frequentes e prolongados.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) explica que a CMH atinge um indivíduo a cada 500 pessoas, cerca de 0,2% da população geral, e tanto pode ser silenciosa, como também apresentar quadros graves, como arritmias malignas ou evolução para insuficiência cardíaca.
Nesta quinta-feira (27), Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou, no Canal Saúde, com a cardiologista intensivista e professora da Afya Educação Médica Recife, Ana Cláudia Conrado. Ela falou sobre a cardiomiopatia hipertrófica.
Acompanhe a entrevista através do player abaixo
A médica cardiologista intensivista Dra. Ana Cláudia Conrado iniciou a entrevista explicando que a cardiomiopatia hipertrófica é uma doença de origem genética
"A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença que cursa com espessamento do músculo cardíaco. O nome já diz hipertrofia, mas não é uma hipertrofia saudável ou natural. É um espessamento meio que desordenado desse músculo cardíaco."
Cardiologista Intensivista, Dra. Ana Cláudia Conrado/Foto: Divulgação
Ao detalhar os riscos da cardiomiopatia hipertrófica, a cardiologista destacou que a maioria dos pacientes é assintomática
"A maioria deles é assintomática. Você não sabe que tem. Muitas vezes, o primeiro sintoma já é uma arritmia grave ou até uma morte súbita."
A especialista ressaltou ainda a importância da avaliação cardiológica precoce, especialmente em pessoas com histórico familiar
"A importância aqui é justamente atentar para a prevenção. Se a gente descobre essa doença antes, conseguimos avaliar o risco de o paciente ter uma arritmia e, consequentemente, uma morte súbita — e agir antes."
Por fim, a Dra. Ana Cláudia Conrado explicou que, em pacientes com maior risco de morte súbita por arritmias, pode ser indicado o uso de um dispositivo implantável que funciona como mecanismo de proteção
"A gente tem o cardiodesfibrilador implantável, que é um aparelhinho pequeno, colocado de forma subcutânea. Os eletrodos conectam essa bateria, esse gerador, diretamente ao músculo cardíaco."

